Ameaçado – Cruzeiro não venceu uma sequer contra os times da zona da degola


Bruno Rodrigo marcou o terceiro gol do Cruzeiro na última vitória sobre o Atlético no Brasileiro (Foto: Rodrigo Clemente/EM D.A Press)

Três dos cinco últimos adversários do Cruzeiro no Campeonato Brasileiro estão no G4. O Santos, rival de sábado, às 21h, na Vila Belmiro, é o terceiro colocado, com 65 pontos. O Grêmio, que está em quarto, soma 56 e pegará a Raposa na penúltima rodada, em Porto Alegre. Já o Palmeiras, vice-líder, com 68, virá a Belo Horizonte para o duelo derradeiro da competição. O caminho parece espinhoso para um time ameaçado de rebaixamento, em 16º lugar, com 36 – um a mais que o 17º, Fluminense. Pela sobrevivência na elite nacional, será necessário fazer diante de quem briga na parte de cima da classificação algo não alcançado contra clubes do Z4. Em sete duelos, a equipe celeste empatou cinco e perdeu dois, com 23,8% de aproveitamento.

O tropeço que mais irritou os torcedores ocorreu na segunda-feira, diante do lanterna Avaí, dono do pior ataque, com 18 gols, e da defesa mais vazada, com 51 tentos sofridos. Foram 90 minutos de posse de bola predominantemente concentrada entre laterais, zagueiros e meio-campistas, e apenas duas oportunidades claras de gol: uma com Orejuela, que exigiu bela defesa de Vladimir, aos 3 minutos do primeiro tempo, e outra com Thiago Neves, cabeceando para fora ao lado esquerdo da meta, nos acréscimos da etapa complementar. De resto, cruzamentos errados dos ‘pontas’ David e Marquinhos Gabriel, além de falta de velocidade e intensidade para se livrar da marcação de um adversário que vinha de oito derrotas seguidas no Brasileiro e acabou matematicamente rebaixado.

No duelo pelo turno do Brasileiro, o Cruzeiro já havia empatado com o Avaí por 2 a 2, no estádio da Ressacada, em Florianópolis. Contra a Chapecoense, penúltima colocada, com 25 pontos, perdeu no Independência, por 2 a 1, e cedeu empate na Arena Condá, por 1 a 1 – gol de Camilo aos 51 minutos do segundo tempo. Situação semelhante ocorreu no estádio Rei Pelé, em Maceió, onde a Raposa tomou o gol do lateral-direito Apodi, do CSA (18º, com 25), aos 49 minutos do segundo tempo: 1 a 1. Já diante do Fluminense, houve derrota no Maracanã, por 4 a 1, e empate por 0 a 0, no Mineirão.

Se tivesse vencido o Avaí na segunda, o Cruzeiro chegaria a 38 pontos, abriria vantagem relativamente confortável sobre o Fluminense e subiria para o 14º lugar, podendo até sonhar com eventual classificação à Copa Sul-Americana de 2020. O empate, porém, tornou o cenário assombroso. Além da responsabilidade de vencer o Santos, dono de aproveitamento de 77% como mandante (11 vitórias, quatro empates e uma derrota), a equipe do técnico Abel Braga secará Fluminense, Ceará e Botafogo, que enfrentam, respectivamente, CSA (fora), São Paulo (casa) e Corinthians (casa).

Depois da partida em Santos, o Cruzeiro terá a última oportunidade para superar uma equipe da zona de rebaixamento do Brasileiro de 2019. O jogo contra o CSA acontecerá na quinta-feira, às 21h30, no Mineirão. O atacante Sassá confia que o time vai balançar a rede nos dois duelos. “Eu tenho me cobrado bastante. Não tem uma receita. Temos que continuar trabalhando forte e focado para que, quando a bola chegar, a gente consiga colocá-la para dentro. Estamos tentando, a bola bate na trave ou no defensor, mas temos que manter a confiança de que logo a bola vai entrar”.

De acordo com o Departamento de Matemática da UFMG, o Cruzeiro tem 23,2% de chance de cair para a Série B. O Infobola calcula o índice em 31%, enquanto o Chance de Gol aponta 36,2%. A. A campanha de segurança para a permanência na Série A é de 45 pontos. Logo, seriam necessárias três vitórias nas últimas cinco rodadas de modo que não haja dependência de combinações de resultados.

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