Advogado diz que sargento PM acusado de matar professora deve ser libertado


Advogado do Sargento Durade, Júlio Moreira – Foto: Carolina Vilela / V9 Vitoriosa

Será julgado em setembro deste ano o ex-sargento da Polícia Militar (PM) de Uberlândia, Clóvis Durade Cândido, pelo crime de assassinato contra a ex-companheira, a professora Veridiana Rodrigues Carneiro, de 36 anos. O crime aconteceu no dia 28 de outubro de 2015, na Avenida Dr. Laerte Vieira Gonçalves, Bairro Santa Monica. Câmeras de videomonitoramento mostraram Veridiana sendo abordada pelo sargento Durade, quando chegava em casa. Houve uma discussão e, em seguida, ela foi baleada e morreu no meio da rua. Poucos minutos depois a Polícia chegou até o PM e efetuou a prisão dele.

Em uma entrevista exclusiva, o advogado de defesa, Júlio Antônio Moreira, informou que Clóvis Durade deverá ser solto. Isso porque, segundo o advogado, o ex-sargento apresentava problemas psiquiátricos, que teriam sido adquiridos ao longo dos 30 anos de atuação como policial militar.

O advogado afirmou que, na época do crime, Durade já estava em tratamento psiquiátrico. A última perícia à qual ele havia sido submetido antes do homicídio foi em abril de 2015. “Ele inclusive havia entregado a arma à corporação, porque foi constatado problema mental, mas a PM devolveu.”

Por este motivo, em março deste ano a justiça entendeu por retirar as qualificadoras do crime, que são: dificultar a defesa da vítima; – feminicídio, que foi retirada e substituída; – e por último, vingança. Durade vai a julgamento por homicídio simples, cuja pena mínima, segundo o advogado Júlio Moreira, deve chegar a, no máximo, 7 anos de prisão. “Com a constatação de problema mental, a pena deverá ser reduzida em um terço. E como ele está preso já há quase dois anos, cumpriu possivelmente, quase metade da pena que deve ser imposta, o que significa mais de um terço da pena. Por isso ele pode sair do júri direto para a liberdade”, disse.

O crime aconteceu no meio da rua Arquivo / TV Vitoriosa)

O advogado ainda ressalta que Durade estava prestes a se aposentar, faltava apenas três meses. Porém, foi excluído da Polícia na época do crime, e está preso desde então, em uma cela do batalhão, em Uberlândia. O advogado já ajuizou um mandado de segurança para cancelar a exclusão e aguarda liminar na justiça. Caso a exclusão da PM seja revogada, Clóvis Durade não deve voltar a trabalhar, mas deve se aposentar.

Júlio Moreira disse que pediu que fossem retiradas as qualificadoras do homicídio, ou que Durade fosse absolvido, por ser considerado pela perícia como semi-imputável, pois estaria incapaz de premeditar o crime. “Ele não pensou, a 3 meses de se aposentar, em matar uma pessoa em plena luz do dia, no meio da rua”, disse.

Acusado e vítima mantiveram um relacionamento de 1 ano e ele não aceitava o fim do relacionamento.

Comunicado da Polícia Militar

Em comunicado, a Polícia Militar afirma que Clóvis Durade foi demitido das fileiras da PM de Minas Gerais, após ser negado o pedido de recurso disciplinar.

A Unidade Prisional Militar do 17º Batalhão de Polícia Militar está aguardando a movimentação do ex-militar para outra unidade , conforme narrativa institucional.

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