Comerciantes também questionam aumento na tarifa de água; diretor do Dmae justifica medida


E não foi só a população, no geral, que reclamou do aumento de 15% na tarifa de água em Uberlândia, anunciada no Diário Oficial do Município na última sexta-feira, 11. Muito comerciantes também questionam a medida, que acarretará em custos adicionais para o ano de 2019.

Esse é o caso do empresário Rodrigo Junqueira, dono de um restaurante self-service no Bairro Santa Mônica, que sabe que nova taxa deve impactar ainda mais suas contas.

“Nós, estabelecimentos comerciais, pagamos também a taxa Premend, que é uma taxa do Dmae e ela incide sobre a taxa de água. Ou seja, no meu caso, vou ter o aumento de 15% mais o aumento sobre esses 15%. Então, o impacto é muito grande pra mim, com certeza”, disse.

Diretor do Dmae justifica o aumento

A equipe de reportagem conseguiu conversar com o vice-prefeito Paulo Sérgio Ferreira, que é o atual diretor do Dmae. Ferreira disse que a medida foi necessária para bancar os novos investimentos que a autarquia planeja fazer para garantir o abastecimento de água para Uberlândia e que o reajuste considerado ideal seria de 25%.

Ainda a respeito desses investimentos, Ferreira disse que eles são necessários pelo fato da gestão do ex-prefeito Gilmar Machado não ter investido na autarquia.

“Infelizmente, na gestão anterior, poucos investimentos foram feitos nessa área de tratamento de água. Estamos, ao longo destes dois anos, fazendo uma ampliação do tratamento de água da estação do Bom Jardim. Esperamos concluir, em 2019, a ampliação do tratamento pra 2 metros cúbicos por segundo. E já estamos com a (estação) Sucupira, há seis anos, com as obras paralisadas”, disse.

Ferreira ainda afirmou que o grande investimento que deve ser feito pela autarquia neste ano é concluir as obras da Estação de Tratamento de Capim Branco.

Vale lembrar que na terça-feira, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio do Procon Estadual, recomendou a suspensão imediata do reajuste de 15%, com a justificativa de que existe um processo administrativo em andamento na autarquia e que os novos valores seriam usados para custear os serviços de drenagem e resíduos sólidos, o que seria um desvio de finalidade do decreto da medida.