Especialistas ensinam a enfrentar o desemprego e se preparar para o mercado


Perder o emprego pode deixar a pessoa em uma posição de vulnerabilidade, se sentindo desanimada, rejeitada e com a autoestima abalada (Imagem: divulgação)

Segundo o IBGE, o desemprego no Brasil chega a 12,5% e atinge 13,2 milhões de trabalhadores. Cerca de 5,2 milhões de desempregados procuram emprego há mais de um ano (mais de 38% dos desocupados do país), candidatos se desesperam por uma vaga.

Mas a longa espera por uma recolocação que parece cada vez mais distante pode ter razões que, se identificadas e trabalhadas pelo candidato, podem fazer com que o retorno ao mercado fique mais curto.

Perder o emprego não acontece apenas com profissionais de um determinado nível social ou escolaridade. Pelo contrário, o desemprego bateu na porta de homens, mulheres, idosos, solteiros, casados, etc.

“Isso pode acontecer com qualquer pessoa e é muito normal. Quando a pessoa fica desempregada ela geralmente tende a se culpar, pensar que não é capaz, e na verdade, uma demissão depende de você, claro, mas também depende de fatos externos, economia, caixa da empresa, vendas, etc.” esclarece a empreendedora Sabrina Nunes, que já faliu três vezes.

Após uma demissão, o primeiro passo é tentar entender o que aconteceu. Alguns comportamentos podem deixar o profissional em risco, como a falta de atualização referente aos assuntos e novidades do setor, formação, falta de proatividade, etc. “Agora, a maioria das pessoas estão preocupadas com a parte profissional. As pessoas percebem que precisam ter o inglês, para melhorar o currículo para manter ou conseguir emprego.”, destaca Sabrina. A empreendedora participa do Conecta Mundo, projeto que leva aulas gratuitas de inglês a moradores de Itinga-MG.

Para driblar o desemprego, voltar para a sala de aula é uma das recomendações do especialista em negócios digitais, CEO Fellipe Guimarães. “O sucesso de uma carreira está pautado em três características: competências, autoconhecimento e networking.”, acrescenta o profissional.

Dicas:

1)Avalie as opções
Não procure apenas empregos na área em que já trabalhou. Esse é o momento de abrir seus horizontes e de ganhar dinheiro, mesmo que temporariamente, com outros talentos, como artesanato, culinária, redação, marketing digital, revenda, etc. Também é possível aproveitar os recursos da rescisão para investir no sonho de empreender e abrir um negócio próprio.

“A pessoa que está fora do mercado de trabalho, precisa identificar outras áreas para possível atuação. O empreendedorismo, por exemplo, não para de crescer, abrir o próprio negócio é uma realidade muito palpável. Quando criei minha primeira empresa, a Biva, foi impactante ver tudo acontecer. Tirar uma ideia do papel, torná-la real, montar um time. Eu nunca tinha acompanhado esse tipo de processo, porque só havia trabalhado em grandes empresas”, conta o CEO Jorge Vargas. A Biva, pioneira de P2P no Brasil, foi comprada pelo PagSeguro, grupo UOL.

2)Qualifique-se
Caso você não possa pagar por um curso, não tem problema, existem inúmeros cursos gratuitos que além de ocupar a cabeça, podem melhorar o seu currículo. A Fundação Getulio Vargas (FGV) oferece cursos online https://www5.fgv.br/fgvonline/Cursos/Gratuitos, como  “Introdução à Administração Estratégica”, “Recursos Humanos” e “Fundamentos da Gestão de TI”, etc.

O Senai e o Sesi também disponibilizam aulas livres, sem custo, https://eadsenaies.com.br, com certificação. É possível escolher entre, “Fundamentos de Logística”, “Redação Administrativa”, “Comunicação no Foco Organizacional” e “Tecnologia da Informação e Comunicação”, entre outros.

No site do Sebrae (https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae) os cursos gratuitos são separados por tema, como empreendedorismo, mercado, finanças, vendas, etc. Então, é só acessar e começar.

3)Currículo nota 10
Lembre-se: o currículo é a primeira impressão que a empresa terá sobre você, por isso, envie um documento bem escrito, organizado e sem erros de português ou de digitação.

Informe os dados pessoais — nome, telefone, e-mail e idade — atualizados. Crie um e-mail profissional e sempre fique de olho nele, porque essa é a forma de contato preferida de várias empresas.

Liste suas experiências acadêmicas (nível de escolaridade, cursos feitos) e experiências profissionais (nome da empresa, cargo, data de admissão, data de demissão e principais atividades). Não minta no currículo. Lembre-se: menos é mais, por isso, não escreva mais de 2 páginas.