Uberlândia registra 4,1% de infestação do Aedes Aegypti; 39% a menos da primeira pesquisa de 2018


Agentes percorreram mais de 12,6 mil imóveis durante os cinco dias da pesquisa; mais uma vez, predominância de criadouros está nos quintais das residências

A Prefeitura de Uberlândia, por meio do Centro de Controle de Zoonose (CCZ), finalizou o segundo Levantamento de Índice  Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2018.  O levantamento mostrou que 4,1% das casas pesquisadas têm focos de reprodução do vetor da dengue, zíka vírus e chikungunya. Os 160 agentes do CCZ visitaram todos os bairros de Uberlândia, inclusive os distritos, entre os dias 9 e 13 de abril. Ao todo, foram vistoriados 12.660 imóveis.

A queda é de 39% em comparação com a primeira pesquisa do ano e comprova a efetividade das ações que vem sendo desenvolvidas pelo Programa de Controle da Dengue em parceria com diversas secretarias municipais. Além disso, reflete também na redução das doenças. A diminuição dos casos de dengue, chikungunya e zika vírus é acima de 50% em comparação ao mesmo período de 2017.

Para o coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue, José Humberto Arruda, o número é considerado positivo e próximo do controle, porém, reforça que a sociedade precisa continuar em alerta e ajudando a combater o mosquito transmissor.

“Novamente, os criadouros estão dentro das casas dos moradores. Intensificamos nosso trabalho, inclusive com o pneu, que é um criadouro potencial, e tivemos uma redução em relação a primeira pesquisa. No entanto, outros objetos continuam figurando na lista e se destacando como foco do mosquito transmissor . Desde o início do ano passado temos trabalhado incansavelmente no combate ao Aedes. Estamos fazendo nossa parte, mas a comunidade precisa continuar ajudando”, pediu o coordenador.

O resultado

Os profissionais visitaram 20% dos imóveis de cada bairro.A maior incidência dos focos estava nos domicílios, representando 71% dos imóveis positivos. Dos criadouros encontrados nas residências, 95% estavam nos quintais e 5% foram localizados dentro dos imóveis. A pesquisa também apontou quais são os principais criadouros do transmissor da dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela. Desta vez, o destaque fica por conta dos recipientes plásticos, com predominância de 10,6%, seguido das latas (7,6%), das lonas (7,6%), dos pneus (7,4%) e dos baldes (5,9%).

Segundo Arruda, os recipientes são frascos utilizados para embalar produtos como margarinas, iogurtes, bebidas e muitos outros. “São embalagens que geralmente são lançados nos quintais e vias públicas. Com as constantes chuvas, estes recipientes rapidamente se tornam criadouros do mosquito transmissor. Vamos intensificar as ações de retirada destes objetos, como as que são praticadas no Programa Cidade Limpa. Porém, vamos agir de forma mais específica, adentrando nos imóveis e removendo os objetos. Essa prática tem capacidade de eliminar em definitivo esse tipo de depósito, visto que muitos recipientes tem ovos do mosquito aderidos nas paredes”, explicou Arruda.

Em relação aos locais, os bairros Distrito Industrial, Irmã Dulce, Jaraguá, Dona Zulmira, Jardim Karaíba apresentaram maiores índices de criadouros do mosquito. Nestes locais, os agentes do CCZ já iniciaram as ações a fim diminuir a infestação eliminando os criadouros, através da retirada de materiais que acumulam água, tratamento com larvicida e orientação à comunidade.

Trabalho permanente

Com o resultado em mãos, o Programa de Controle da Dengue poderá direcionar de forma precisa as ações para o combate ao transmissor no município. Na última pesquisa, o pneu foi o principal criadouro. O Programa de Controle da Dengue fortaleceu o trabalho de eliminação deste objeto. Além da visita semanal nas mais de 500 borracharias cadastradas pelo CCZ, os agentes iniciaram o recolhimento nas casas dos moradores por meio das ordens de serviço e parceria dos agentes comunitários de saúde. De janeiro a março, foram recolhidos 67.950 pneus.

Uma ação de extrema importância, já que o objeto é o melhor criadouro do Aedes, e que mostrou resultados nesta segunda pesquisa, de acordo com o coordenador do Programa de Controle da Dengue, José Humberto Arruda. “Se trata de um recipiente que em qualquer posição que for colocado vai acumular água. Além disso, a parede emborrachada é perfeita para a adesão dos ovos do mosquito. Na última pesquisa, o resíduo pneumático apareceu como o principal criadouro no município. A segunda pesquisa coloca o pneu em quarto. Isso mostra que nossas ações surtiram efeito e que temos que seguir combatendo o mosquito e contando sempre com a ajuda da comunidade”, apontou.

Mutirão Cidade Limpa

Como reforço, a Prefeitura realiza, paralelamente, o Programa Mutirão Cidade Limpa.   O programa reúne as secretarias municipais de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbanístico, Saúde, Obras, Trânsito e Transporte, além do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), em prol de uma Uberlândia melhor, mais limpa, organizada e longe das doenças transmitidas pelo Aedes.

Desde janeiro deste ano, os bairros Morumbi, Canaã, São Jorge, Maravilha, São José, Jardim Brasília e Lagoinha já entraram na rota das equipes. Ao todo, foram retiradas 178 toneladas de massa verde, bem como mais de 13 mil toneladas de entulhos recolhidos e 1,6 mil bueiros higienizados.

O programa percorre toda a cidade realizando serviços de capina e roçagem de canteiros centrais, além da limpeza de terrenos, lotes e bueiros. O Cata-treco também recolhe materiais que não têm mais utilidades aos moradores, mas que podem servir de criadouros para o mosquito.

A partir desta quinta-feira (26), o programa inicia a oitava etapa do Mutirão. O próximo destino é a região do bairro Tocantins. Ao intensificar a limpeza urbana no espaço público, o mutirão coloca mais de 260 servidores nas ruas, com o apoio de 38 tratores, quatro retroescavadeiras, duas pás carregadeiras, 12 caminhões convencionais e cinco caminhões basculantes.

Queda nas notificações

Todo esse trabalho permanente da Prefeitura de Uberlândia reflete na redução contínua das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.  De janeiro a março deste ano, a redução foi de 688 casos confirmados de dengue para 224, uma queda de 67% em comparação ao ano passado. Em relação ao zíka vírus e à febre chikungunya, a redução de casos notificados foi de 53% e 48%, respectivamente.

A redução nos casos, conforme explicou o coordenador do programa, José Humberto Arruda, é fruto do trabalho diário e também do envolvimento de todos e tida como positiva dadas as condições em que a Secretaria Municipal de Saúde foi encontrada no início de 2017. “Nosso trabalho não para, assim como a ajuda de todos deve ser constante. Temos parceria de todos os setores, inclusive dos agentes comunitários de saúde da Atenção Primária. Os números mostram que estamos no caminho certo. Precisamos nos mobilizar cada vez mais, unindo forças e redobrando a atenção em tudo que possa acumular água parada. Evitar proliferação do mosquito depende de cada um de nós”, finalizou.

2ª pesquisa do LIRAa 2018

Criadouros encontrados em domicílios
– Quintal – 95%
– Intradomiciliar – 5%

Depósitos predominantes (5 maiores):
– Recipientes plásticos – 10,6%
– Lata – 7,6%
– Lona – 7,6%
– Pneus – 7,4%
– Baldes – 5,9%

Localização
– Domicílios – 71%
– Terrenos baldios – 6%
– Comércios – 8%
– Outros tipos imóveis – 15%

Prefeitura de Uberlândia