Uberlândia tem caso de sarampo em investigação ‘que muito provavelmente será confirmado’, diz SES


Viral Diseases – Hand Infected – Hand foot and mouth disease HFMD

O boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) nesta sexta-feira, 30 de agosto, apontou que Uberlândia “muito provavelmente” terá um caso de sarampo confirmado.

Desde o início de 2019 foram notificados 249 casos suspeitos de sarampo provenientes de 92 municípios no estado de Minas Gerais. Destes, 167 foram descartados, 249 estão sob investigação e 4 casos foram confirmados.

No Brasil há hoje 78 casos em investigação e destes, cinco têm todos os indícios da doença, desde forma de contágio a sintomas. Além de Uberlândia os casos em espera são um em Viçosa, um em Passos, um em Itaúna e um em Jundiaí-SP. Antes da confirmação e por precaução, a Saúde irá percorrer etapas da investigação e protocolos.

De acordo com a Secretaria, estes cinco pacientes apresentam os sintomas da doença, tiveram contato com pessoas infectadas ou já possuem os exames iniciais reagentes.

O que é o Sarampo?

O Sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa e comum na infância. A doença começa inicialmente com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares.

Sintomas

No quadro clínico clássico, as manifestações incluem tosse, coriza, rinorréia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral). A evolução da doença pode originar complicações infecciosas com amigdalites (mais comum em adultos), otites (mais comum em crianças), sinusites, encefalites e pneumonia, que podem levar à óbito. As complicações frequentemente acometem crianças desnutridas e menores de um ano de idade.

Contágio

A transmissão ocorre de pessoa a pessoa por meio de secreções (ou aerossóis) presentes na fala, tosse, espirros ou até mesmo respiração. Na presença de pessoas não imunizadas ou que nunca apresentaram sarampo, a doença pode se manter em níveis endêmicos, produzindo epidemias recorrentes.

Minas Gerais

Desde o início de 2019, foram notificados 221 casos suspeitos de sarampo provenientes de 78 municípios no estado de Minas Gerais. Destes, 73,3% (162 casos) foram descartados, 24,9% (55 casos) estão sob investigação e 1,8% (4 casos) foram confirmados. Em 2019, da semana epidemiológica 21 a 33 (19/05 a 10/08), um total de 11 Unidades da Federação apresentavam transmissão ativa do vírus do sarampo, representando 1.680 caos confirmados. O estado mais afetado é São Paulo, que concentra 99% dos casos confirmados da doença.

Quatro casos de sarampo confirmados

O primeiro caso confirmado é de um italiano, residente em Betim, com história de viagem recente à Croácia e à Itália nos meses de dezembro de 2018 e janeiro de 2019. As ações de bloqueio vacinal e pesquisa diagnóstica foram iniciadas pelas equipes da vigilância local. O paciente foi hospitalizado e amostras laboratoriais foram coletadas, apresentando positividade para sarampo tanto na FUNED/MG, quanto no Laboratório de Referência Nacional (Fiocruz/RJ). O genótipo identificado na amostra do italiano foi o D8, que está distante geneticamente dos casos de D8 identificados nos demais surtos de 2018 no Brasil. Sendo assim, esse caso é considerado importado.

O segundo caso confirmado é de um adulto jovem, de 25 anos, profissão gesseiro, sem comprovante vacinal, residente em Contagem e que saiu de Trindade (PE) no final de janeiro. Foi atendido em UPA da capital e hospitalizado com suspeita de dengue, mas com clínica compatível com sarampo. No período de transmissibilidade, trabalhou em condomínio fechado em um município da região metropolitana da capital. Não possui história evidente de contato suspeito. Os sintomas iniciaram em 01 de março. Foi realizada a investigação e realização de exame, confirmando laboratorialmente como sarampo, nas duas coletas testadas pela Funed, além de pesquisa de Biologia Molecular pela Técnica de PCR no Laboratório de Referência Nacional (Fiocruz/RJ) com resultado detectável. O genótipo identificado na amostra foi o D8, com características do genótipo do italiano. Quanto às ações de controle, foi realizado bloqueio vacinal nos familiares. Esse caso é considerado autóctone, porém relacionado ao caso importado.

O terceiro caso é de uma criança de 01 ano, vacinada em 13/11/18, residente em Belo Horizonte, com início de sintomas em 12/02/19. Foi atendido em UBS da capital, transferido à UPA e hospitalizado. Teve deslocamento para a cidade de Carmópolis de Minas e para a casa da avó, em Contagem (no período de incubação da doença); estuda em UMEI, foi à UBS local no período de transmissibilidade e não possui história evidente de contato suspeito. Foram realizados bloqueio vacinal e intensificação no quarteirão de sua residência, na escola e em familiares. Apresentou resultado reagente de sorologia na primeira amostra. Já na segunda amostra, apresentou não reagente. No PCR apresentou resultado detectável para sarampo na Biologia Molecular pelo laboratório da Fiocruz/RJ, porém também não foi possível identificar o genótipo.

O caso também é considerado autóctone, possivelmente relacionado aos casos anteriores, de acordo com o período de transmissibilidade.

O quarto caso confirmado é de uma adolescente, 13 anos, portadora de Lúpus, residente em Belo Horizonte. Esteve em Porto Seguro-BA e Almenara-MG no mês de janeiro. Por apresentar quadro de artralgia, procurou por atendimento em hospital de Contagem em 17 de fevereiro de 2019 e o resultado foi reagente para dengue. Em 06 de março, apresentou sintomas compatíveis com caso suspeito de sarampo e procurou uma Unidade de Pronto Atendimento de Contagem. Foi orientada a buscar atendimento em Belo Horizonte, onde foi hospitalizada em isolamento. Foi realizada a investigação e realização de exame, confirmando laboratorialmente como sarampo nas duas coletas testadas pela Funed, além de pesquisa de Biologia Molecular pela Técnica de PCR no Laboratório de Referência Nacional (Fiocruz/RJ) com resultado detectável. Por impossibilidade técnica, não foi possível identificar o genótipo da amostra enviada. Quanto às ações de controle, foi realizado bloqueio vacinal nos familiares e na UPA onde ocorreu o primeiro atendimento. Esse caso também é considerado autóctone, possivelmente relacionado aos casos anteriores, de acordo com o período de transmissibilidade.