Ex-prefeito Gilmar Machado é preso pela Polícia Federal durante a segunda fase da Operação Papel Fantasma


O ex-prefeito Gilmar Machado foi preso em Uberlândia na manhã desta quinta-feira, 12, durante a segunda fase da Operação Papel Fantasma, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em São Paulo. O ex-superintendente do Instituto de Previdência da Prefeitura Municipal de Uberlândia (Ipremu), Marcos Botelho, também foi apreendido durante a ação.

A Polícia Federal e auditores da Receita Federal cumprem 60 mandados de busca e apreensão e 20 mandados de prisão temporária, expedidos pela 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, na manhã desta quinta-feira. A 2ª fase da operação, que recebeu o nome de Encilhamento, também ocorre em cidades dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso, Santa Catarina e Goiás.

A Operação Papel Fantasma investiga fraudes envolvendo a aplicação de recursos de Institutos de Previdência Municipais (como é o caso do Ipremu) em ativos de empresas fantasmas. 13 fundos de investimentos estão sendo investigados pela PF.

Até o segundo semestre de 2016, a Polícia Federal constatou a existência de 827 milhões de reais em apenas oito desses fundos, que seriam originalmente destinados ao pagamento da aposentadoria de servidores municipais. Estima-se que o valor total desviado já tenha ultrapassado a marca de 1,3 bilhão de reais, ainda de acordo com os dados da PF.

As investigações da Operação Papel Fantasma, de acordo com a PF, tiveram início em Uberlândia. Agentes da Polícia Federal da cidade se deslocaram até a sede do Ipremu para cumprir mandados de busca e apreensão. Pouco depois do meio dia, os policiais deixaram o local com diversos documentos apreendidos.

Além de Gilmar Machado e Marcos Botelho, também foram presos Cláudio Roberto Barbosa e Mônica Silva de Andrade, ex-membros da diretoria executiva do Ipremu.

Em nota, a defesa do ex-prefeito Gilmar Machado informou que “ele está tranquilo, pois não possui nenhum envolvimento com os supostos atos ilícitos praticados por terceiros dos quais ele não tem conhecimento. O ex-prefeito tem total convicção que é vítima de uma injustiça e uma perseguição política. A defesa reforça que o ex-prefeito sempre esteve e continua a disposição da Justiça, porém como a Polícia Federal de Uberlândia não possui documentação relativa aos fatos desta investigação o ex-prefeito se encontra impossibilitado de atender a pretensão de esclarecimentos. A defesa do ex-prefeito aguarda tomar conhecimento do inquérito para melhor contribuir prestando os esclarecimentos devidos.”

Relembre a CPI do Ipremu

A Câmara Municipal de Uberlândia já havia instaurado uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no ano passado, para investigar as irregularidades cometidas dentro do Ipremu durante a gestão de Gilmar Machado.

O ex-prefeito, bem como Marcos Botelho e Mônica Silva, prestaram depoimento junto à Câmara Municipal e negaram ter cometido as irregularidades.

O relator da CPI, vereador Juliano Modesto (SD), concluiu o relatório final no início de agosto de 2017. O documento foi lido na Câmara Municipal e apontou irregularidades cometidas com os fundos de investimentos que são investigados pela Polícia Federal.

Notícia atualizada às 12:18 para acréscimo de fotos e vídeos.

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Informações: Carlos Vilela

Confira abaixo um vídeo do momento da apreensão de documentos do Ipremu