Motorista é feito refém e tem caminhão com 20 cabeças de gado roubado na BR-365


O motorista de um caminhão foi feito refém na noite desta quarta-feira, 21 de março, por criminosos armados que o interceptaram na BR-365, em Uberlândia. Ele transportava na carreta mais de 20 cabeças de gado quando foi cercado na rodovia por dois carros. Um Pálio entrou na frente da carreta obrigando o condutor a reduzir a velocidade. O outro emparelhou e atirou para intimidá-lo.

A equipe da TV Vitoriosa teve acesso ao áudio em que o motorista pede socorro. A comunicação de crime mostra o desespero do momento em que ele tem o caminhão levado.

“Eu tive que parar, não teve como. Eles me abordaram, desceram dois. Me pôs atrás deitado na cama, embrulhado na coberta. Ficou ajoelhado com o revólver em cima do meu pescoço. E eu escutei eles falando no rádio, aqueles ‘radinhos’, ‘walk talk’, falando que era pra pegar pro sentido Uberaba.”

Essa mensagem foi enviada para a patroa da vítima assaltada na BR-365. A empresária Thaís Marques dos Santos Ferreira conversou com a nossa equipe e disse que  o funcionário foi obrigado a encostar por causa dos tiros e foi mantido refém por 4h aproximadamente, entre 1h da manhã e 5h.

Em um outro trecho do áudio, o funcionário conta como foi libertado. “Uns cinco quilômetros depois, eles me ‘passo’ pra outro carro e me levou pro mato e voltou na BR-365 e me largou no mato. Lá nos eucaliptos, mais ou menos na altura do quilômetro 546. Fez de cativeiro lá”, disse.

A vítima foi agredida pelos bandidos, mas passa bem. A empresária disse ter ficado aliviada com a liberação do funcionário, e também falou do prejuízo sofrido, pois eles não tinham seguro da carga.

“O nosso caminhão, o conjunto, a carreta e o cavalo, está avaliado em R$ 190 mil. E a carga em R$ 100 mil.”

O estado de Minas Gerais ocupa a terceira posição no ranking deste tipo de crime. O que representa 10% do total registrado no país, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro e de São Paulo, de acordo com um levantamento do sindicato da categoria.

Algumas vias são mais visadas. E alguns tipos de carga são preferidos pelos criminosos. Sem se identificar, um agente da Polícia Rodoviária Federal faz o alerta. “Eles se interessam pela carga. Ou é combustível ou é gado, mas o local de… digamos, desova não deve ser distante, principalmente, em se tratando de gado, já tem que ter uma infraestrutura montada pra receber esses animais porque é algo mais fácil de rastrear, chama muita atenção.”

 

Patrícia Urdiale e Léo Carvalho