Mulher afirma que também perdeu o filho após parto na Santa Casa de Araguari


Natali Gabrieli da Costa disse que também perdeu o filho na Santa Casa de Araguari, após a criança ficar internada 76 dias no local Fonte: Reprodução TV Vitoriosa

No início desta semana, a TV Vitoriosa mostrou o caso da dona de casa Tânia Borges Vieira da Silva, que perdeu a filha durante o parto, que foi realizado na Santa Casa de Araguari. Ela alega que a cabeça da filha foi separada do corpo durante o procedimento e já acionou a justiça.

Após a exibição da reportagem no programa Chumbo Grosso, outras mulheres que entraram em contato com a TV Vitoriosa, relatando que passaram por situação semelhante à de Tânia. Uma delas é Natali Gabrieli da Costa, que perdeu o filho, Miguel, no dia 25 de agosto.

Natali disse que o nascimento do filho ocorreu no dia 11 de junho e alegou que foi forçada a fazer o parto normal pelos médicos da Santa Casa. O bebê já teria nascido sem vida, mas foi reanimado e ficou internado no local por 76 dias. Ainda segundo a mãe, a criança sofreu asfixia, inchaço no crânio, acumulou água no cérebro e bebeu mecônio (as primeiras fezes que são eliminadas pelo recém-nascido) durante o procedimento.

Natali com o filho, Miguel, durante o período em que o bebê ficou internado Fonte: Arquivo Pessoal

Durante o período em que o bebê ficou internado, Natali disse que o filho passou por duas cirurgias: uma de traqueostomia e outra de gastrostomia. Após um dos procedimentos, o bebê contraiu uma bactéria que consumiu seu intestino. A criança foi a óbito no dia 25 de agosto.

Em entrevista para a TV Vitoriosa, Natali reclamou do tratamento que recebeu dos médicos da Santa Casa de Araguari e acredita que a instituição forçou o parto normal do filho por questões financeiras, apesar do bebê não estar na posição correta para a realização do procedimento.

“Um médico da lá de dentro da Santa Casa me disse assim: ‘Natali, uma parto normal aqui, pra gente, sai em torno de dois mil reais, que cai na nossa conta. E um parto cesárea, 500 (reais).’ Ou seja, eles estão trocando dois mil reais por uma vida. Pra eles, o mais importante é o dinheiro, não a vida de um bebê, a vida de uma mãe”, afirmou Natali.

A mãe disse que, na época, não teve coragem de fazer o Boletim de Ocorrência na polícia, mas que ainda pensa em realizar o registro.

Nota do CRM-MG

Em nota divulgada à imprensa, o Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), disse que tomou conhecimento das denúncias dos fatos ocorridos na Santa Casa de Araguari apenas nesta quinta-feira, 16.

O conselho disse que abrirá sindicância para apurar os fatos e que as penas disciplinares estão previstas no artigo 22 da Lei nº 3.268/1957.

Informações no local: André Silva