Operação Macaw combate tráfico de animais silvestres em Uberlândia e outras 6 cidades


(Imagem: Ministério Público/Divulgação)

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou nesta quinta-feira, 17, a Operação Macaw, cujo objetivo é combater o crime de associação criminosa, lavagem de dinheiro e a prática de crimes contra o meio ambiente, como a guarda ilegal em cativeiro, maus tratos, comércio ilegal e tráfico de animais silvestres.

Foram expedidos 24 mandados de busca e apreensão para 23 alvos nos municípios de Caratinga, Uberlândia, Sete Lagoas, Manhuaçu, Ribeirão das Neves, Caraí e Nova Friburgo-RJ. Até a tarde de ontem, três pessoas foram presas em flagrante por posse irregular de arma de fogo e foram apreendidos instrumentos utilizados para transporte de aves, gaiolas, celulares, notebooks e outros equipamentos eletrônicos. Também foram resgatados pássaros silvestres em cativeiro irregular, sendo que alguns deles estavam em situação de maus-tratos.

A ação também consistiu na apreensão de notas fiscais e outros documentos com indícios de ilegalidade, além da coleta de material genético de animais para verificação da origem. O objetivo é apurar se são animais criados em cativeiro ou se são animais “esquentados” para comercialização. Entre os animais alvos da fiscalização há micos-leões dourados, jacarés, araras, macacos-prego, tamanduás-mirim.

Os animais resgatados, cujos números ainda não estão consolidados, serão encaminhados a centros de triagem e habilitação de animais silvestres em Belo Horizonte, Juiz de Fora e Patos de Minas. Até o final da tarde a operação ainda estava em curso, e apenas com a análise dos documentos apreendidos e do material genético coletado poderá se chegar à extensão dos crimes cometidos pela quadrilha.

A operação ocorre por meio da Promotoria de Justiça de Caratinga com o apoio da Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna (Cedef), do Núcleo de Combate aos Crimes Ambientais (Nucrim), do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet), do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema-RJ).

A ação também conta com a participação da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia Militar de Minas Gerais, da Polícia Civil de Minas Gerais e da Polícia Militar de Meio Ambiente, bem como do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Estadual de Florestas (IEF), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e do comando de policiamento ambiental do estado do Rio de Janeiro (CPAM/RJ).

Foram mobilizados 13 servidores e 6 veículos do Ibama, 20 servidores e 14 veículos da Semad, 13 servidores do IEF, entre os quais sete são veterinários, 87 policiais e 33 viaturas da PMMG, 18 policiais e 7 viaturas da PRF, investigadores da Delegacia especializada em Crimes Ambientais (Dema) e do Gaeco, dois auditores da Receita Federal e duas promotoras de Justiça.

A apuração dos fatos ocorreu no âmbito de Procedimento Investigatório Criminal do MPMG, que se deu em virtude da apreensão de araras que estavam sendo traficadas. Algumas delas morreram. Devido a isso, o nome da operação Macaw faz alusão à tradução do nome arara para a língua inglesa.

O combate ao tráfico de animais silvestres é compromisso firmado entre os participantes da operação, que compõem grupo temático para definição de estratégias de atuação no estado de Minas Gerais.

MPMG