Polícia Civil dá mais detalhes do caso da médica e filha mortas por empresário em Araguari


Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, 29, a Polícia Civil (PC) de Araguari deu mais detalhes a respeito do assassinato de Mariana Paranhos e sua filha, Valentina, de quatro anos. Elas mortas por Thiago Marques, marido da médica e pai da menina, na madrugada do dia 17 de novembro.

O delegado de homicídios de Araguari, Felipe Monteiro, explicou que este caso surpreendeu até mesmo a Polícia Civil, já que não havia qualquer antecedente criminal de violência doméstica entre o casal, algum incomum em ocorrências de feminicídio.

“Geralmente, em casos de feminicídio, a gente encontra situações em que o agressor ou o autor do crime vem praticando agressão física, moral e ameaças contra a mulher. Neste caso, a gente não encontrou nada nos sistemas policiais”, disse Monteiro.

O delegado ainda explicou que a polícia ainda tentou conversar com parentes e pessoas próximas do casal, mas todos afirmaram desconhecer qualquer tipo de agressão ou ameaça por parte do empresário.

Por conta disso, a PC optou por usar a seguinte linha de investigação: traçar o perfil psicossocial de Thiago Marques para entender o motivo que o levou a matar a esposa e a filha e também tirar a própria vida. Segundo o delegado, o empresário passava por problemas particulares que podem ter afetado sua saúde mental e que ele vinha fazendo uso de bebidas alcoólicas.

“O Thiago vinha passando por conflitos pessoais que, provavelmente, estavam afetando o lado psicológico dele. Ao lado disso, o casal também vinha enfrentando problemas, e como todo o casal, vinham passando pro problemas que vinham se agravando de uns anos para cá. Em razão desses problemas, o Thiago estava fazendo uso de bebida alcoólica. Ninguém relata que ele fazia uso de drogas, mas bebida alcoólica, sim”, afirmou Monteiro.

Além disso, pessoas próximas ao casal afirmaram à Polícia Civil que Thiago e Mariana estavam pensando em se separar devido a esses problemas, mas que continuaram com o relacionamento em prol do bem estar de Valentina.

O delegado também afirmou que na manhã do dia do crime, Thiago e Mariana tiveram uma discussão, mas que ele a levou para o trabalho normalmente em Araguari e retornou para Uberlândia. No entanto, Monteiro acredita que um novo fato afetou o psicológico do empresário.

“Nesse intervalo de volta pra Uberlândia, algo ocorreu que, provavelmente, ficou entre o casal. Uma conversa entre eles que despertou toda essa fúria do Thiago. Não tenho conhecimento na área de psiquiatria, mas imagino que tenha sido algo como um surto psicótico, que levou ele, de forma inconsequente, a cometer esse ato aqui em Araguari”, explicou.

Parentes de Thiago chegaram a revelar para a polícia que o empresário não sofria de depressão ou tentou cometer suicídio anteriormente. Mas que ele chegou a iniciar um tratamento psicológico, que desistiu pouco tempo depois.

Monteiro disse que existe a possibilidade de Thiago estar sob efeito de álcool no momento em matou a esposa e a filha e tirou a própria vida, mas que aguarda o resultado dos laudos em Belo Horizonte para chegar a uma conclusão.

O inquérito do caso ainda será concluído pela Polícia Civil.

Você confere a reportagem completa deste caso nesta sexta-feira, 30, no programa Chumbo Grosso, às sete da manhã.

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