Polícia já inicia trabalho de investigação das causas do massacre em Suzano


A Polícia Civil de São Paulo já iniciou o trabalho de investigação para entender o que levou Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, a cometerem o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, nesta quarta-feira, 13. Um rapaz que teria envolvimento com a dupla foi detido e ouvido pelos policiais.

Os dois atiradores moravam na mesma rua e eram quase vizinhos. A polícia já foi até a casa dos assassinos e recolheu pertences dos jovens. Computadores que eles teriam usado em uma lan house também foram levados para análises.

“A inteligência da polícia tá toda voltada pra tentar identificar as redes sociais e eles poderiam estar se comunicando pra saber, de fato, se isso foi premeditado ou foi a motivação desse crime”, disse o delegado Jaime Pimentel.

A polícia também já descobriu que a dupla alugou o carro que usou para chegar até a escola Raul Brasil e que os atiradores o deixaram o veículo estacionado em uma garagem por um período de 10 dias. Guilherme, inclusive, foi flagrado por uma câmera de segurança do estabelecimento enquanto realizava um pagamento.

“Foi quando a gente estranhou um pouquinho, mas como a gente meio que já conhecia eles, a gente deixou passar. E eles vinham dia sim, dia não, vinham aqui de noite e mexiam no carro”, explicou Eder Alves, dono do estacionamento.

Com uma ordem da justiça, a polícia deteu um jovem, ainda no final da tarde de quarta-feira, que tinha envolvimento com a dupla de atiradores e o encaminhou até uma delegacia para prestar depoimento.

Desentendimento com professora

A polícia já apurou que os dois atiradores eram ex-alunos da escola Raul Brasil. De acordo com a professora Rosimeire Perrela, Guilherme havia pedido para retornar ao colégio após ter sido expulso, o que foi negado. E relembrou um episódio de desacato por parte do jovem.

“Ele disse ‘eu quero ir ao banheiro’ e eu falei ‘não pode ir ao banheiro agora’. ‘A senhora deixando eu ir no banheiro ou não, eu vou do mesmo jeito’. Pegou, saiu, bateu a porta e foi”, disse.

A professora, no entanto, disse que esse foi um caso isolado e que Guilherme era um aluno tranquilo e aplicado.

Já o auxiliar de produção César Expedito era vizinho e amigo de Luiz Henrique e afirmou que nunca notou nenhum comportamento diferente por parte do atirador. “Criei uma amizade com ele há uns 14 anos. Ele sempre foi um cara mais fechado”, disse.

Possíveis outros ataques

Durante toda quarta-feira, a polícia também ficou atenta com uma informação de que outros jovens também planejavam realizar ataques semelhantes em outras escolas de Suzano. De acordo com um áudio de um aluno, esses possíveis ataques não foram bem sucedidos pelo fato dos demais colégios terem segurança. No entanto, esta informação ainda não confirmada.

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Informações: Fábio Diamante/SBT