Santa Casa afirma que morte do bebê que teve cabeça arrancada era provável na situação da gestante


Mariana, de 24 anos, também viu o parto, segundo o marido

A Santa Casa de Misericórdia de Araguari se posicionou na tarde desta terça-feira, 13, a respeito do parto de uma gestante de 24 anos, cujo bebê teve a cabeça separada do corpo durante o procedimento. Segundo a direção do hospital, Mariana Pereira de Araújo foi admitida em trabalho de parto prematuro, apresentando dilatação total do colo uterino, e que o óbito fetal, apesar de trágico, era provável nas condições em que a jovem estava. O médico obstetra que fez o parto disse que não falará sobre o procedimento.

A parturiente deu entrada na segunda-feira, 12, às 9h15, com 25 semanas de idade gestacional (correspondente a aproximadamente 6 meses de gravidez). De acordo com a nota, o quadro correspondia ao período expulsivo, ou seja, último estágio do parto normal, porém o bebê estava em apresentação pélvica.

“Em virtude da prematuridade extrema, cuja situação é de baixa viabilidade fetal, classificação mais grave entre as prematuridades, e do avançado estágio do parto com localização baixa do feto, considerou-se que não havia como proceder a interrupção por via alta (cesária). Durante a assistência ao parto por via baixa, aparentemente tendo sido observadas as normas técnicas para tal, houve óbito fetal, fato este, embora indesejável, provável nestas condições. Durante a realização de manobras para o desprendimento do corpo, etapa complicada pela ocorrência de “cabeça derradeira”, não logrou-se êxito, tendo sido necessária a intervenção por via alta (cesariana) para completar o processo” (ou seja, para remover a cabeça).

A nota ainda continua – “Ainda que seja trágico e absolutamente indesejável o desfecho do caso, lembramos que o insucesso pode ocorrer na biodinâmica que envolve qualquer assistência à saúde. Apontamos, ainda, que o principal fator associado ao óbito fetal, não está sendo discutido. O trabalho de parto prematuro! Precisamos compreender que os desencadeadores do trabalho de parto prematuro, muitas das vezes, são identificáveis durante o pré-natal, ou seja, no atendimento pré-hospitalar. A Santa Casa de Misericórdia de Araguari se solidariza com os familiares e amigos da paciente em questão e informa que, através da direção clínica, nomeou comissão para avaliar os acontecimentos e identificar se as normas técnicas foram observadas no atendimento a essa parturiente.”

A TV Vitoriosa procurou o Conselho Regional de Medicina (CRM). Duas sindicâncias serão abertas para avaliar os casos das gestantes Tânia Borges Vieira da Silva e Mariana Pereira de Araújo separadamente. A previsão de conclusão dos procedimentos é de 90 dias.

Tânia é moradora de Tupaciguara. Em outubro do ano passado, quando estava grávida de 9 meses, passou pela mesma situação. Foi induzido o parto normal e o bebê, Rebeca, nasceu pelos pezinhos, tendo a cabeça separada do corpo. Assim como no caso de Mariana, Tânia também precisou ser submetida a uma cesária para remover a cabeça do bebê.