Ministro da Educação defende cortes e diz que Fies é uma tragédia


Em audiência na Comissão de Educação do Senado, nesta terça-feira (07), o ministro da Educação, Abraham Weintraub, apresentou as diretrizes da pasta e comentou sobre o corte de 30% no orçamento das Instituições Federais de Ensino.

Não há corte, há contingenciamento. Se a economia tiver um crescimento, e nem é recuperar, porque estamos em um marasmo a perder de vista, mas, se tivermos crescimento econômico com a aprovação da nova previdência, é só o que falta“, declarou o ministro, indicando que a redução no repasse de verbas pode, futuramente, ser revertida.

Na comissão, porém, alguns parlamentares discordaram das explicações dadas por Weintraub e reafirmaram que o dito contingenciamento é sinônimo de corte.

Ainda durante o seu pronunciamento, o ministro da Educação afirmou que a expansão do ensino superior os governos anteriores foi uma “tragédia” e fez duras críticas ao Fies, o programa de financiamento estudantil.

MEC, hoje, é principalmente ensino superior. A maior parte dos nossos recursos vai para o ensino superior. Para financiar essa expansão, se criou o financiamento educacional. A gente tem 500 mil jovens brasileiros inadimplentes. É uma tragédia!

Apesar do argumento de redistribuição dos recursos, de modo a promover maiores investimentos na educação básica – uma das bandeiras de campanha do presidente Jair Bolsonaro -, o ensino infantil também será prejudicado pelos cortes anunciados.

Segundo levantamento da Consultoria de Orçamento da Câmara, a educação básica terá uma redução de R$ 894,4 milhões de reais em seus custos, já a infantil, de R$ 21,1 milhões de reais.

No entanto, mesmo com a redução de mais de 900 milhões de reais no orçamento, o ministro enfatizou que a educação básica será uma das prioridades da gestão dele.

Durante mais de quatro horas de explicações, Abraham Weintraub ainda confundiu o nome do escritor Franz Kafka com um prato árabe.

Eu sofri na pele um processo inquisitorial e fui inocentado. Que eu saiba, só a Gestapo fazia isso. Ou no livro do Kafta ou na Gestapo“, articulou o ministro da Educação.

SBT