Cruzeiro busca empate com Palmeiras no fim e avança à semifinal da Copa do Brasil


Foto: Washington Alves / Cruzeiro

Mineirão com mais de 44 mil pessoas, jogo de mata-mata e gol de Keno para o Palmeiras aos 25 minutos do segundo tempo. O roteiro parecia reservar mais uma eliminação trágica para o Cruzeiro, a exemplo dos tropeços diante de River Plate, na Libertadores de 2015, e Estudiantes, na edição de 2009 da competição sul-americana. Só que um herói improvável tratou de mudar essa história na noite desta quarta-feira. Diogo Barbosa, lateral-esquerdo conhecido por dar muitas assistências, aventurou-se no ataque. Ao melhor “estilo centroavante”, o camisa 6 cabeceou com precisão o cruzamento do meia Alisson e garantiu o empate celeste aos 40 minutos da etapa complementar. Se há um mês a torcida celeste lamentou o placar de 3 a 3 no duelo de ida, já que a Raposa chegou a estar vencendo por 3 a 0, agora ela comemora o regulamento da Copa do Brasil, que valoriza os gols como visitante.

O sonho do título para o Cruzeiro continua. E o adversário das semifinais tem tudo para ser o Grêmio, algoz celeste na edição de 2016. Os gaúchos ganharam do Atlético-PR o confronto de ida por 4 a 0, em Porto Alegre. A partida de volta acontecerá às 21h45 desta quinta-feira, na Arena da Baixada.
O momento agora é de respirar aliviado. De acordo com o diagrama disponibilizado pela CBF, as semifinais vão acontecer nos dias 16 e 23 de agosto. O Cruzeiro, portanto, terá tempo de se preparar para a próxima etapa de sua missão. No Campeonato Brasileiro, competição em que ocupa o nono lugar, com 22 pontos, a Raposa pegará o Vitória às 19h de domingo, no Mineirão.
Já o eliminado Palmeiras tem a Copa Libertadores para salvar a temporada. O jogo de volta contra o Barcelona do Equador acontecerá no dia 9 de agosto, às 21h45, no Allianz Parque. Na ida, os equatorianos ganharam por 1 a 0. Na Série A, o Verdão está em quinto lugar, a 14 pontos do líder Corinthians. O oponente da 17ª rodada será o Avaí, sábado, às 19h, em São Paulo.
Primeiro tempo ao estilo “xadrez”
Nos esquemas táticos de Cruzeiro e Palmeiras, a expectativa era de jogo aberto. Ambos os times apostaram no 4-2-3-1, com atletas de velocidade pelas beiradas de campo. Na prática, parecia uma partida de xadrez, com movimentos calculados e demorados. A cautela adotada pelas equipes era compreensível, pois qualquer erro de posicionamento ou passe poderia proporcionar contra-ataques ao adversário. Desta forma, o Verdão – que necessitava da vitória para se classificar – controlou a posse de bola, mas sem agredir tanto. Já a Raposa se preocupou mais com a retaguarda, embora aos 3min tenha criado a primeira chance perigosa, num voleio do meia Elber que desviou na defesa alviverde.
Apesar da empolgação da multidão cruzeirense e da minoria palmeirense nas cadeiras do Mineirão, a etapa inicial foi de pouca qualidade. O que serviu de consolo para os donos da casa foram as melhores chances criadas. Thiago Neves poderia abrir o placar aos 17min, mas “embolou” com Rafael Sobis quando tentou chutar da meia-lua após receber assistência de Diogo Barbosa. Aos 25min, Mina bloqueou a finalização de Sobis, que tinha como endereço o canto direito de Jaílson. Aos 36min, Henrique bateu na “orelha” da bola quando estava livre de marcação, em cobrança de escanteio de Neves. No mais, muita precaução por parte dos comandados de Mano Menezes, até em virtude da vantagem de poder atuar por empate sem gols.
Herói improvável
O Palmeiras sim precisava buscar alternativas para se classificar. Por isso, Cuca fez a primeira alteração no intervalo: tirou Guerra e colocou Keno. Dudu deixou a ponta esquerda e passou a atuar centralizado. Aos 12mim, o alviverde ficou ainda mais ofensivo, com o armador Raphael Veiga na vaga do volante Felipe Melo. O problema é que a bola não chegava com qualidade ao centroavante Borja, que ficava preso entre Leo e Murilo. Já o Cruzeiro manteve a estratégia de marcar firme e esperar o momento certo para contra-atacar.
Aos 17min, foi a vez de Mano Menezes recorrer aos suplentes. Chamou Arrascaeta, para deleite da torcida. O camisa 10 entrou no lugar de Elber, que se esforçou durante os 62 minutos e deixou o gramado sob aplausos. A partir daquela mudança houve reajuste no posicionamento: Thiago Neves caiu pelo lado direito e o uruguaio funcionou como “ponta de lança”, mais centralizado.
As coisas pareciam funcionar bem para o Cruzeiro. Se não avançava tanto, também não sofria com o Palmeiras. Contudo, não bastava à equipe trancar o cadeado da grande área. Era preciso ter atenção com eventuais rebotes e chutes de longa distância. O que não aconteceu aos 25min, quando Keno, sozinho, chutou de fora da área ao pegar a sobra de escanteio. A bola desviou no meio do caminho e enganou Fábio. Festa verde no Mineirão: 1 a 0.
Todo o planejamento do Cruzeiro de jogar tranquilo, sem a obrigação de controlar a posse de bola, caiu por terra. Em vantagem, o Palmeiras tratou de reforçar a marcação com o volante Tchê Tchê. A Raposa, já desesperada, foi de Raniel no lugar do apagado Rafael Sobis. Situados à esquerda da cabine de imprensa, os palmeirenses cantavam alto. A classificação estava cada vez mais próxima. Porém, o velho clichê do futebol ensina que “o jogo só termina quando acaba”. Aos 40 minutos, Alisson cruzou para a grande área e o lateral-esquerdo Diogo Barbosa foi o responsável por levantar o Mineirão e garantir o passaporte cruzeirense para as semifinais: 1 a 1. No fim, Arrascaeta ainda protagonizou lindo lance ao driblar Egídio em contragolpe e parar em ótima defesa de Jaílson.
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