Dez anos depois: Bruninho, filho de Eliza e do goleiro Bruno, cresce apaixonado por futebol e bichos


Sônia Fátima de Moura, mãe de Eliza Samudio (Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal)

“Apesar de tudo que ele passou, é um menino feliz”. As palavras são de Sônia Fátima de Moura, de 53 anos, quando perguntada sobre o neto Bruninho. O menino é filho de Eliza Samudio e do goleiro Bruno Fernandes. O crime que chocou o mundo – Eliza foi morta a mando do goleiro – completa dez anos nesta quarta-feira (10), praticamente o mesmo tempo de vida da criança.

Dona Sônia, mãe de Eliza Samudio, se enche de orgulho quando fala do neto. Se por um lado lembrar do assassinato da filha é sinônimo de dor, conversar sobre Bruninho é alegria.Nestes dez anos, a avó conseguiu preservar, ao máximo, a criança de situações desconfortáveis. “Eu regulo o acesso dele a redes sociais e televisão. Sempre fui muito verdadeira com ele em relação às notícias envolvendo a mãe. Eu também jamais falo mal do pai perto dele para evitar mágoas”, destaca Dona Sônia.

Neste tempo todo, o menino foi criado na Região Metropolitana de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Com horários definidos, Bruninho se divide entre as obrigações da escola (está cursando o 5º ano) e as brincadeiras. “Tem horário pra tudo. Ele gosta de pescar, jogar bola com os coleguinhas. Ele também brinca de Free Fire (jogo eletrônico), apesar de eu não gostar muito”.

Bruninho é apaixonado por futebol (Imagem: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Bruninho vai muito bem nos estudos, segundo Dona Sônia. Recentemente, fez uma prova e conseguiu uma bolsa para estudar em uma escola particular importante de sua região.

A avó também conta que Bruninho ama animais. Três cachorros da raça pequinês fazem a alegria do menino, que, em breve, terá a casa preenchida com mais cãezinhos. “Uma amiga vai realizar o sonho dele e vai presenteá-lo com um bulldog francês. Ele disse que vai dormir com o cachorro no quarto”.

Bruninho cresce com muitos sonhos, como qualquer criança. Bruninho é apaixonado por futebol. O time de coração é o São Paulo. Segundo Dona Sônia, é influência da mãe, que também torcia para o Tricolor Paulista. “Meus cunhados e sobrinhos tentaram fazer ele virar corintiano, mas não teve jeito”, brinca a avó.

Além de camisas e quadros do clube do coração, Bruninho guarda com carinho uma bola, autografada por Zetti, ex-goleiro do São Paulo.  “Eu ainda vou conseguir realizar o sonho de pelo menos dar  a ele uma camisa com autógrafo do Rogério Ceni (ex goleiro e técnico do São Paulo)”, diz Dona Sônia.

Benefícios a Bruno

A rotina do goleiro Bruno pode ser vista com frequência em suas redes sociais. Cumprindo a pena em regime semiaberto, o jogador teve permissão da Justiça para treinar em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. Bruno se mudou para a cidade junto com a atual mulher,  Ingrid Calheiros, e a filha do casal.

“Deveria ter uma lei mais severa, que punisse realmente o assassino. Você fica com a sensação de injustiça. Tem coisas que acontecem com o Bruno que eu não consigo entender. Não deveria ter progressão de pena, regime semiaberto”, desabafa.

Em 2013, Bruno foi condenado pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza Samúdio e pelo sequestro e cárcere privado de Bruninho. Ele também havia sido condenado por ocultação de cadáver, mas a Justiça entendeu que o crime prescreveu. As punições, somadas, chegaram a 20 anos e 9 meses de prisão.

Em julho do ano passado, o goleiro conseguiu a progressão da pena para regime semiaberto.

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