Preparador do Cruzeiro entende que retomada física de atletas demandará quase um mês


Ainda sem retorno previsto para as atividades no centro de treinamento, os jogadores do Cruzeiro seguem cumprindo uma cartilha de treinos em suas próprias residências. O cenário, na visão do novo preparador físico da Raposa, integrante da comissão do também novo técnico Enderson Moreira, não é o ideal. Por isso, quando for retomado o cronograma de trabalho inloco na Toca II, Edy Carlos entende que serão necessários dias a mais do que uma pré-temporada comum para os jogadores chegarem a uma condição física ideal para os jogos.
“Orientamos, passamos cartilha, passa orientações de treino, fizemos isso logo que cheguei ao Cruzeiro. Conversei com pessoal da comissão, staff de preparação física, fisiologistas, departamento médico, nutrição, fisioterapia, e montamos uma cartilha com orientações, sugestões de treinos e variações importantes para os atletas. A gente sabe que tem dificuldade de espaço, para sair de casa, alguns atletas não podiam usar academia de prédio por que estavam fechadas. Encontramos muita dificuldade, passamos muita coisa para fazer em casa mesmo (treinos), mas sabemos que isso não é o ideal. A forma como eles vão voltar, por mais que a gente sabe que muitos atletas têm os seus personais que fazem atividades, mas de qualquer maneira não é a mesma coisa. Acredito que, realmente, vamos voltar, não só o Cruzeiro, mas todo mundo vai voltar em uma condição muito abaixo do que sempre voltamos em um período de férias. Será uma coisa nova para todo mundo. Se nós não tivermos um período importante de recuperação física mesmo, de treinamento, controle, a gente vai sofrer, todos os clubes vão sofrer muito”, garantiu Edy Carlos em entrevista à Rádio Itatiaia.
Por essas dificuldades de treinos e de acompanhamento das atividades dos atletas, Edy Carlos afirma que haverá necessidade de trabalho específico, também, com os jogadores mais experientes, com idade mais avançada.
“Temos conversado muito diariamente (comissão técnica) para minimizar esses problemas e ter essa evolução. A grande vantagem é que são atletas, tem lastro de treinamentos, eles vão evoluir com os treinos. Vamos avaliar no dia a dia, controlando todos os atletas, principalmente os que já estão com idade mais alta, temos que ter controle disso para não perdê-los (por lesão durante o ano) e estarmos com todos em condições. Difícil falar quando (volta do futebol), pela decisão das autodidades. Espero, sinceramente, que tenham tranquilidade para que possamos fazer um processo de treinamento com os atletas, que será de extrema importância”, analisou.
Em entrevista ao Superesportes, Edy Carlos falou em no mínimo 20 dias de treinos antes do calendário de jogos ser retomados, para que haja um aproveitamento maior do trabalho físico com o grupo.
E que por isso a comissão técnica e todo o staff médico, fisiológico e de fisioterapia estão atentos ao cenário de uma possível volta aos trabalhos. A Federação Mineira de Futebol (FMF), segundo o próprio presidente da entidade, afirma que partidas mesmo em Minas Gerais, possivelmente, só no fim de junho.
“O futebol não é diferente, tem sido extremamente afetado com isso (coronavírus). A gente tem se reunido virtualmente quase que todos os dias, sempre conversa, eu, Enderson (Moreira), Luis Fernando (Flores, auxiliar do Enderson Moreira), Ailton (Serafim, preparador de goleiros), converso também muito com o Rodrigo Saad, preparador físico da casa, cara espetacular, conversei com o fisiologista, um pouco com os fisioterapeutas, conversei algumas vezes com o doutor Sérgio (Campolina, diretor do departamento médico do clube) que tem se esforçado e esmerado muito para conseguir um caminho para nós, para que possamos ter segurança no nosso retorno. Ele tem um protocolo pronto com orientações de todos os órgãos que são importantes. Temos conversado diariamente para buscar soluções, posibilidades do que podemos fazer. Eles (jogadores) vinham realmente de um período de férias confirmadas depois de um período, mas isso  já extrapolou. Estamos um período parado maior do que férias, que são 30 dias, quatro semanas, e já estamos mais tempo que isso parados. Estamos indo para a sexta semana e isso acarreta problemas importantes. Vamos encará-los da melhor maneira possível”, garantiu Edy Carlos.
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