Compradores de lotes irregulares de esquema criminoso temem ficar no prejuízo


O terreno comprado pelo aposentado Luiz Carlos da Silva.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a Polícia Civil deflagraram, na sexta-feira, 25, a Operação Desbravamento da Terra Prometida, com o objetivo de combater a comercialização de lotes irregulares na zona rural de Uberlândia e outras cidades da região. Agora, as vítimas do esquema criminoso temem acumular diversos prejuízos.

Este é o caso do aposentado Luiz Carlos da Silva, que comprou um terreno irregular com os articuladores do esquema criminoso. Ele e sua esposa já gastaram em torno de 20 mil reais e estão com medo de perder o terreno que adquiriram.

“A gente foi pagando sempre em dia as prestações. Fomos pagar a prestação do escritório na imobiliária e ficamos sabendo que eles tinham sido presos por irregularidade. Como é que vai ficar isso aí, vamos ficar no prejuízo? Como que a gente vai ficar com um prejuízo desse?”, disse.

Nesta segunda-feira, 28, outras pessoas que foram lesadas pelo esquema criminoso se reuniram na sede do MPMG em Uberlândia para encontrar uma forma de amenizar a situação.

“Todo mundo foi pego de surpresa na sexta-feira, por conta da operação. Tivemos pessoas que pagaram à vista o valor do loteamento. Quem não pagou à vista tá pagando, mensalmente, de 450 até 580 (reais) por mês, e isso já vai pra dois anos. Se não foi possível regularizar o local, todo mundo quer o dinheiro de volta, por que é muito fácil passar o povo pra trás”, disse a instrutora de máquinas Patrícia Souza.

O promotor de Meio Ambiente do MPMG, Breno Lintz, enquanto conversava com os compradores dos terrenos irregulares.

Os compradores conversaram com Breno Lintz, promotor de Meio Ambiente do MPMG, que também participou da Operação Desbravamento da Terra Prometida. Ele explicou que os documentos levados pelas vítimas são nulos, com a exceção da autorização final do projeto dado pela Secretaria de Planejamento da prefeitura, mas garantiu que o Ministério Público fará o possível para amenizar os prejuízos e que continuará investigando novas irregularidades.

“Aquelas pessoas que continuam fazendo incorporações e lotes de terrenos aqui em Uberlândia, essas pessoas continuarão sendo presas enquanto não paralisar esse tipo de atitude aqui em Uberlândia”, disse.

Lintz também pediu a ajuda da população para que denuncie qualquer suspeita de irregularidade, seja com os envolvidos no esquema da Operação Desbravamento da Terra Prometida ou pessoas que estejam fazendo algo semelhante.

“Quem tiver conhecimento dos lançamentos, denuncie. Ligue para o Ministério Público, ligue para a polícia, vá na delegacia de meio ambiente, que fica no Camaru, e façam a denúncia. Peguem panfletos, peguem o que vocês puderem de prova. Filmem, fotografem as pessoas que estiverem envolvidas com isso e tragam pro Ministério Público, por que essas pessoas serão presas”, explicou.

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Informações: Carlos Vilela