Desaparecido – Donald Trump reconhece morte de repórter saudita após ver relatório


Foto: Wikipédia

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu pela primeira vez que o jornalista saudita Jamal Khashoggi está morto, informou o jornal “New York Times”, citando uma entrevista com o republicano, nesta quinta-feira (18).

“A menos que o milagre de todos os milagres aconteça, reconheço que ele está morto”, disse Trump, após analisar os resultados da inteligência “vindo de todos os lados”.

O mandatário norte-americano não chegou a dizer que o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman foi o responsável pela morte de Khashoggi. Mas reconheceu que as alegações de que ele ordenou o assassinato levantaram questões profundas sobre a aliança dos EUA com a Arábia Saudita.

Segundo Trump, o caso provocou uma das mais sérias crises de política externa de sua presidência. “É uma história ruim e as consequências serão severas se a responsabilidade de Riad for comprovada”, acrescentou ao NYT. A declaração do republicano acontece um dia depois do secretário de Estado, Mike Pompeo, chegar de sua visita à Arábia Saudita e Turquia para debater o caso do desaparecimento de Khashoggi, que não foi mais visto desde o dia 2 de outubro, quando entrou no consulado saudita em Istambul. De acordo com as autoridades turcas, o colunista do jornal Washington Post foi brutalmente morto e seu corpo desmembrado por uma equipe de agentes enviados da Arábia Saudita. Em telefonemas com Trump, Pompeo e outros altos funcionários norte-americanos, o príncipe Mohammed e outros líderes sauditas negaram qualquer envolvimento no caso.

Hoje, Pompeo disse que os Estados Unidos dariam aos sauditas mais alguns dias para conduzir sua investigação. No entanto, Trump ainda afirmou que é “cedo” para tirar conclusões definitivas de quem realmente ordenou o assassinato. A publicação ainda informa que os relatórios de inteligência mostraram o envolvimento de agentes sauditas. Quatro deles, cujas imagens foram capturadas em vídeo de vigilância, já trabalharam como guardas do príncipe Mohammed em abril durante sua visita aos Estados Unidos.

Investigação Nesta quinta-feira (18), a polícia turca iniciou uma nova busca de pistas na Floresta de Belgrado, próxima a Istambul, para tentar localizar o jornalista saudita.

De acordo com a emissora “NTV”, as autoridades coletaram imagens das câmeras de segurança da área. Além disso, as investigações também se estenderam à província de Yalova, porque, segundo o jornal “Sabah”, um carro que saiu do consulado na data foi visto na região. Nos últimos dias, em uma operação conjunta, as Forças turcas realizaram buscas no consulado saudita e na casa do cônsul, ambos em Istambul. “[A investigação] deve se ajustar a todas as normas internacionais. É preciso levar em conta que ela transcorre em segredo de justiça”, explicou o ministro da Justiça da Turquia, Abdulhamit Gul.

Ansa Brasil