Empresários e blogueiros são investigados por exploração sexual de adolescentes em Minas


(Imagem: Polícia Civil/Divulgação)

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou nesta quarta-feira, 18, a operação Angel, que investigou uma organização criminosa que aliciava e explorava sexualmente adolescentes em Belo Horizonte. Três pessoas foram presas, e diversos equipamentos eletrônicos com pornografia infantojuvenil apreendidos.

O grupo é formado por empresários e blogueiros que atuavam promovendo festas com drogas e bebidas liberadas para adolescentes. A exploração sexual se dava por meio do favorecimento da prostituição nos eventos e em viagens.

A chefe da Divisão Especializada de Orientação e Proteção à Criança e ao Adolescente (Dopcad), delegada Elenice Cristine Batista Ferreira, lembra que a legislação brasileira tipifica o crime de aliciamento e exploração sexual de adolescentes. “Adolescente não se prostitui, adolescente é explorado. Homem que busca sexo com pessoa menor de 18 anos, e paga por isso, está cometendo crime”, esclarece.

Segundo a chefe da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), delegada Iara França, as investigações apuraram, até o momento, que os presos podem responder por diversos delitos. “Os policiais da Depca apreenderam muito material pornográfico, agendas e aparelhos telefônicos, que serão periciados e podem comprovar o envolvimento dos investigados em crimes de exploração sexual, aliciamento, favorecimento à prostituição, estupro de vulnerável, armazenamento e compartilhamento de imagens pornográficas envolvendo crianças e adolescente, além de outros previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente”, enumera.

Entre os presos, uma mulher, de 20 anos, é investigada pelo aliciamento de adolescentes. Ela contou que quando era mais jovem também foi aliciada e depois passou a ajudar o grupo a encontrar as meninas. De acordo com a responsável pelo caso, delegada Renata Ribeiro, as investigações continuam, e cerca de dez vítimas serão ouvidas nos próximos dias na Depca. “Além das vítimas que foram intimadas, testemunhas estão sendo chamadas para prestar esclarecimentos também. Foram as primeiras prisões, acreditamos que uma grande rede de aliciamento e exploração de adolescentes será descoberta e responsabilizada”, diz.

Os outros dois presos têm 48 e 45 anos, e todos foram encaminhados ao sistema prisional.

PCMG