Esquema criminoso pode ter sonegado R$ 100 milhões com venda de couro de animais em MG, inclusive Uberlândia


Foto: MPMG / Divulgação

O Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) de Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas, Ipatinga, Montes Claros, Juiz de Fora e Divinópolis deflagrou nesta manhã de quinta-feira, 17, a Operação “Segunda Pele”. Mandados são cumpridos em diversas cidades mineiras, inclusive Uberlândia, para apurar a prática de crimes de organização criminosa, sonegação tributária e lavagem de capitais, praticados no setor de comércio de couro derivado do abate de animais.

Segundo as investigações trata-se de um estruturado esquema criminoso de sonegação fiscal. O grupo adquire couro de frigoríficos e abatedouros de animais em Minas Gerais e os vende para outros Estados, utilizando-se de pessoas físicas e jurídicas para o não pagamento do imposto devido.

De acordo com o Ministério Público, o esquema causou um enorme prejuízo para os cofres públicos de Minas Gerais, contabilizados apenas os últimos cinco anos, que supera os R$ 62 milhões declarados, e poderá ultrapassar a cifra de R$ 100 milhões após auditoria do Fisco.

A quadrilha atua na clandestinidade e encontra-se voltada a criar estruturas falsas apenas para simular a aparente legalidade de suas atividades.

Quarenta e sete mandados são cumpridos em diversas regiões de Minas Gerais, em especial Zona da Mata, Vale do Aço, Sul de Minas, Centro-Oeste, Norte, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão preventiva, cujos alvos são empresários, coureiros (atravessadores), contadores e “laranjas” que emprestaram seus nomes para a abertura de empresas de fachada. Ademais, estão sendo cumpridos 34 mandados de busca e apreensão em todo o Estado.

O nome da operação decorre do produto principal usado no esquema criminoso voltado à sonegação tributária, qual seja, o couro decorrente do abate de animais.