CCZ reforça cuidados com vetor que transmite a doença de Chagas


Para continuar mantendo o controle da transmissão da doença de Chagas, a equipe do laboratório de Entomologia do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) trabalha diariamente, tanto na zona urbana quanto na rural, com fiscalização e orientação à comunidade sobre os meios de transmissão e cuidados. A doença de Chagas é causada pelo protozoário parasita Trypanosoma cruzi, que é transmitido pelas fezes do inseto (triatoma) conhecido como barbeiro.

A ação de controle é feita pelos agentes do CCZ com visitas aos domicílios, orientações e recolhimento do animal para análise, conforme explicou a coordenadora do setor, Márcia Beatriz Cardoso de Paula. “Nem todo barbeiro está contaminado pelo parasita. Por isso que fazemos este trabalho, principalmente com base na análise. Desta forma, caso teste positivo, fazemos o rastreio na região onde ele foi encontrado”, apontou.

A coordenadora ainda orientou que, caso o morador encontre o inseto, é importante que não o mate. “Quando isso acontece, o trabalho de verificação e análise da presença do parasita que transmite a doença é comprometido. Por isso, pedimos aos moradores para colocar em um saco plástico ou em algum recipiente com tampa e avisar o CCZ. Além disso, existem 26 PITs na zona rural para atender a comunidade e nos ajudar com esse trabalho”, explicou Márcia Beatriz.

Os PITs são os Postos de Informação de Triatomíneos onde a comunidade pode entregar o inseto encontrado. Do PIT, o vetor será levado para análise no CCZ. “Identificada a presença do protozoário, será feira uma inspeção detalhada na residência e a aplicação de inseticida. Além disso é feito um inquérito epidemiológico para avaliar se os moradores desse local ou do entorno se contaminaram ou não”, acrescentou a coordenadora.

Além das atividades na zona rural, os agentes também vistoriam as casas da zona urbana. Segundo a coordenadora do laboratório de Entomologia, os bairros mais próximo de vegetações são mais suscetíveis ao aparecimento do inseto. “Também é comum o aparecimento na zona urbana e realizamos a inspeção constantemente, mas precisamos da ajuda da população, nos notificando, para que o controle deste vetor continue a ser eficaz na cidade”, finalizou Márcia.

Fique ligado!

Transmissão

– A doença de Chagas não é transmitida ao ser humano diretamente pela picada do inseto, e sim pelas fezes do barbeiro, que está contaminado com o protozoário. As fezes são depositadas sobre a pele da pessoa, enquanto o inseto suga o sangue. A picada provoca coceira, facilitando a entrada do tripanossomo no organismo, o que também pode ocorrer pela mucosa dos olhos, do nariz e da boca ou por feridas e cortes recentes na pele.

– A transmissão pode também ocorrer por meio de transfusão de sangue de doador portador da doença, de forma vertical via placenta (mãe para filho) e até ingestão dos protozoários junto com alimentos.

Sintomas

– Febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do fígado, alterações elétricas do coração e/ou inflamação das meninges nos casos graves.

– Na fase aguda, os sintomas duram de três a oito semanas. Na crônica, os sintomas estão relacionados a distúrbios no coração e/ou no esôfago e no intestino. Cerca de 70% dos portadores permanece de duas a três décadas na chamada forma assintomática ou indeterminada da doença.

Diagnóstico

– O período de incubação vai de cinco a 14 dias após a picada e o diagnóstico é feito através de um exame de sangue, que deve ser prescrito, principalmente, quando um indivíduo vem de zonas endêmicas e apresenta os sintomas acima relacionados.

Tratamento

– A medicação é ministrada sob acompanhamento médico nos hospitais e deve ser mantida, no mínimo, por um mês. O efeito do medicamento costuma ser satisfatório na fase aguda da doença, enquanto o parasita está circulando no sangue. Na fase crônica, não compensa utilizá-lo mais e o tratamento é direcionado às manifestações da doença a fim de controlar os sintomas e evitar as complicações.

Prefeitura de Uberlândia