Governo não tem plano para retirada de brasileiros isolados na China


Ambas mãe e filha só podem ficar em casa porque o Governo chinês não autoriza que ninguém saia para a rua.

Pablo Lasalle, brasileiro de Santa Catarina, não vive em paz desde que o surto de coronavírus surgiu. Sua filha de apenas um ano, chamada Isabela, viajou com a mãe chinesa, Zhang Hui, em outubro de 2019 para Wuhan. Ambas foram visitar parentes no local e retornariam para o Brasil no último sábado (25), mas não conseguiram.

Por chamadas de vídeo, Zhang Hui conta informações direto da China. Elas estão no epicentro da infecção pelo vírus. O aeroporto da cidade está fechado e os moradores estão isolados, sem forma alguma de deixar a região.

“Eu não quero que ela [esposa] fique infectada, eu não quero que minha filha fique infectada. Só isso. Não tem perigo se elas vierem para cá. [Elas] Vão ficar em São Paulo, isoladas. É só isso que eu quero”, diz Pablo, emocionado.

O brasileiro conheceu Zhang Hui em Wuhan, local onde chegou a morar por sete anos. Ele tem buscado informações sobre o coronavírus e tentado manter a calma para ajudar a própria família.

Segundo relato da esposa através de chamada de vídeo, ambas mãe e filha só podem ficar em casa porque o Governo chinês não autoriza que ninguém saia para a rua. “É como numa prisão”, relata Zhang Hui.

“O que eu quero é que o governo traga minha família de volta. Eu preciso dela aqui”, afirma Pablo, que conclui. “Nessas situações de emergência é o governo que tem que agir, né?”

SBT