Técnico em eletrônica é condenado por matar companheira argentina grávida


Foi condenado a 13 anos de prisão, em regime inicialmente fechado, o técnico em eletrônica José Antônio Mendes de Jesus, acusado de matar Maria Silvina Valéria Perotti, de 33 anos, sua companheira, em fevereiro de 2013, no Bairro Nova Suíça, em Belo Horizonte. A vítima estava grávida de sete meses e um parto de emergência salvou o bebê, que nasceu prematuramente.

O julgamento, presidido pela juíza Karina Veloso Gangana Tanure, ocorreu no 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte e teve início às 9h30. O Conselho de sentença, composto por quatro mulheres e três homens, acatou a tese do promotor José Geraldo de Oliveira, que pediu a condenação do acusado pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de aborto, contra o bebê.

A defesa, representada pelos advogados Emanuel Belém Gomes, José Alves Costa Neto e Ederson da Costa Pereira, sustentou a inocência do réu, alegando que o crime foi cometido por um assaltante que rendeu o casal dentro carro, assumiu o assento do motorista e, durante luta corporal com o acusado, teria disparado contra a cabeça da vítima.

Testemunhas e interrogatório

Maria Silvina foi morta com um tiro na cabeça. Criança nasceu em parto de emergência (foto: Arquivo Pessoal/Facebook/Reprodução)

O promotor José Geraldo de Oliveira ouviu apenas uma testemunha de acusação, uma policial militar que morava em um apartamento na esquina de onde ocorreu o crime. Ela afirmou que ouviu um disparo logo após o almoço de domingo com a família e, ao chegar em uma das janelas do imóvel, viu de cima o veículo parado, a cabeça da mulher já ferida e os braços de um homem que empunhava uma arma, embora tenha reconhecido que não foi capaz de identificar o rosto dele.

Ela também afirmou que desceu para a rua, junto com o marido, quando encontrou um vizinho na escada da entrada do prédio e este disse que viu quando o veículo em que estava a vítima virou e tomou rumo ignorado. Foi ela também quem encontrou a vítima caída na calçada e, após o marido da testemunha verificar que a vítima estava grávida, acionou a polícia e o socorro médico na tentativa de salvar o bebê e a mãe, que ainda respirava. O promotor então dispensou as outras três testemunhas presentes.

Já a defesa ouviu uma testemunha e o próprio pai da vítima, que, no entanto, foi ouvido apenas como informante, por seu grau de parentesco com o acusado. A testemunha revelou apenas ter presenciado o comportamento normal do casal, que frequentava o restaurante de sua propriedade.

Ao ser interrogado no plenário, o acusado negou ter disparado contra a companheira e reafirmou que foi vítima de assalto, tendo sito abandonado pelo criminoso na marginal do Anel Rodoviário de Belo Horizonte.

TJMG