A dez dias da estreia no Mineiro, Cruzeiro vive a antítese do ano passado


(Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro)

O Cruzeiro está a apenas dez dias da estreia do Campeonato Mineiro, mas o cenário é cercado de dúvidas. Diante de tantas indefinições, escalar uma equipe para enfrentar o Boa Esporte, no dia 22, às 21h30, em Belo Horizonte, na estreia do Campeonato Mineiro, é uma missão complicada para o técnico Adilson Batista.

O leque de opções para o treinador é cada vez menor. Além de jogadores que já deixaram a Raposa, Adilson não sabe se poderá contar com atletas que acionaram o clube na Justiça, como Éderson e David, e com os profissionais que ainda não resolveram a situação salarial.

Diante do caos político e econômico, já é exposto pela diretoria que, se não for uma grande oportunidade de mercado, o Cruzeiro não fará contratações neste primeiro semestre. O projeto é apostar em negociações apenas para o início da Série B do Campeonato Brasileiro. Sobrou para Adilson Batista contar com um time recheado de garotos, que entrarão na chamada “fogueira” na maior crise vivida pelo Cruzeiro.

É uma situação completamente diferente da que viveu o técnico Mano Menezes há um ano. A dez dias da estreia do Estadual do ano passado, o ex-treinador do time celeste contava com a manutenção da base bicampeã da Copa do Brasil (2017 e 2018), além de receber algumas contratações pontuais para deixar o elenco ainda mais forte. Jadson e Orejuela já treinavam na Toca da Raposa II. Marquinhos Gabriel, Rodriguinho e Dodô foram anunciados ainda em janeiro.

Apontar o Cruzeiro como favorito em todas as competições de 2019 era inevitável. O ambiente era o melhor possível, como enfatizado nas redes sociais dos atletas. O atacante Fred, por exemplo, esbanjava alegria em seu perfil no Instagram. O hit “Piscininha, Amor”, exposto por Egídio na internet, dava o tom de que o Cruzeiro nadaria de braçada na temporada.

Mas a equipe foi do “céu ao inferno”. O favoritismo se concretizou apenas no Estadual, quando o Cruzeiro derrotou o Atlético na decisão. Na Libertadores, eliminação nas oitavas de final para o River Plate, da Argentina; na Copa do Brasil, o adeus foi na semifinal para o Internacional; no Brasileirão, o maior vexame da história do clube com o rebaixamento inédito para a Segunda Divisão.

Além de Mano Menezes, o Cruzeiro contou com Rogério Ceni, Abel Braga e Adilson Batista como treinadores em 2019, mas nenhum deles conseguiu evitar a queda celeste. Nos bastidores, os problemas políticos e econômicos invadiram o campo de jogo e atingiram os atletas. Nas arquibancadas, revolta e tristeza dos cruzeirenses.

Calendário

O calendário cruzeirense para a temporada é enxuto, mas não menos importante. A Série B, que começará no dia 2 de maio, é o principal objetivo.

O Cruzeiro também disputará o Campeonato Mineiro, que acontecerá entre os dias 21 de janeiro e 26 de abril. A Raposa tenta conquistar o tricampeonato, feito que não acontece desde 1996, 1997 e 1998.

Na Copa do Brasil, longe de ser um dos favoritos como nos anos anteriores, o Cruzeiro é um franco-atirador. Quanto mais longe for, mais dinheiro para amenizar o caos econômico. O adversário da primeira fase será o São Raimundo, de Roraima.

Os cruzeirenses esperam que neste ano aconteça tudo ao contrário de 2019. Se na temporada passada, o início foi de euforia, e o final, de lamentações, em 2020 os torcedores aguardam a saída da crise para ter um fim de ano positivo com o retorno à elite do futebol brasileiro.

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