Mariana, de 24 anos, também viu o parto, segundo o marido
Mais um caso de bebê com a cabeça arrancada durante o parto é registrado na Santa Casa de Misericórdia, em Araguari, no Triângulo Mineiro. Este é o segundo caso em quatro meses, no mesmo hospital. O mais recente aconteceu nesta segunda-feira, 12 de março.
A jovem Mariana Pereira de Araújo, de 24 anos, estava com seis meses de gravidez e começou a sentir fortes dores durante a madrugada. A médica particular solicitou exame de ultrassonografia, que mostrou o bebê em posição pélvica (sentada). Porém não havia vaga em leito de UTI infantil para receber a criança e a mãe foi transferida para a Santa Casa de Misericórdia.
Nossa equipe conversou com exclusividade com o marido de Mariana, Élder Jonatas Santos Silva, de 23 anos, hoje pela manhã. Segundo ele, o médico plantonista se negou a fazer a cesárea e forçou o parto normal com injeções para induzir as contrações. Élder assistiu todo o parto e diz ter visto o bebê sendo puxado pelos pés. “Eu vi tudo que passou. Ele pegou pelos pés e, quando puxou, a cabeça da minha filha ficou dentro. Vi o corpinho dela, menos a cabeça”, contou o pai que já está há dois dias sem dormir.
Élder contesta o atestado de óbito, que diz “natimorto”, ou seja, que a menina estava morta antes de nascer. “Antes do parto foi feito o ‘ultrasson’. Minha mulher estava sentindo ela mexer antes de acontecer isso.”
O casal mora sozinho em Araguari há dois anos, sem nenhum familiar por perto. Os parentes são da Bahia. Com a esposa ainda internada, Élder teve que sepultar a filha sozinho.
Segundo ele estava tudo estava pronto para a chegada da Alice. O quartinho montado o enxoval comprado. “Nós só queremos justiça pelo que aconteceu. Não quero que ninguém mais passe por isso. É um sofrimento sem explicação”, diz o pai.
A TV Vitoriosa entrou em contato com a direção da Santa Casa de Misericórdia de Araguari, que afirmou que não vai comentar o caso. Possivelmente uma nota será divulgada na parte da tarde.
Primeiro relato de bebê com a cabeça arrancada
O primeiro caso de bebê que teve a cabeça arrancada no parto foi em outubro de 2017. A dona de casa Tânia Borges Vieira da Silva, moradora de Tupaciguara, foi transferida para a Santa Casa de Araguari por ter mais recursos para um parto. Era a terceira vez que ela procurava o hospital após uma viagem de 60 km entre as cidades, e o médico plantonista se negava a fazer o parto cesárea.
No último trajeto que faria grávida, Tânia entrou em trabalho de parto e a bebê Rebeca começou a nascer, pelos pezinhos. Já não dava mais tempo para a cesárea. Tânia disse ter ouvido a enfermeira pedir para o motorista acelerar, senão morreriam mãe e filha.
Rebeca estava com quase 4 kg. Na Santa Casa, o médico teria forçado o nascimento e a cabecinha da menina ficou dentro da barriga da mãe. Foi preciso fazer uma cesárea para retirar. Ela conta ter perdido muito sangue e precisado ficar na UTI por dois dias.
Na época, nossa equipe também procurou o Hospital. O gerente disse que já estava respondendo pelo caso judicialmente e que não iria prestar nenhum esclarecimento para a imprensa.
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Informações no local: André Silva