Depois de aproximadamente 8 horas de julgamento, Willian Sena de Oliveira, de 47 anos, foi condenado a 17 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato da ex-mulher Deiviane da Silva Melo, de 36 anos. O crime aconteceu em Uberlândia há três anos, em 7 de setembro de 2015.
O resultado do julgamento no Palácio de Justiça Rondon Pacheco, no Bairro Tibery, foi a condenação pelo crime de homicídio triplamente qualificado: feminicídio, motivo fútil e meio cruel (por queimar a mulher ainda viva). Além disso, Willian também foi condenado por ocultação de cadáver.
De acordo com a promotora Luciana Teixeira Resende, o réu manteve a versão durante o inquérito, de que é inocente e que a esposa saiu de casa dizendo que iria viajar com a cunhada para SP. “Trouxe inúmeras versões, contradições, inclusive de estar com o filho no momento do crime. Mas com um trabalho muito bem feito da PC pudemos chegar à conclusão de que ele é o autor deste crime.”
Entre as quatro testemunhas ouvidas está o filho do casal, que hoje tem 15 anos. Segundo ele, na noite anterior ao desaparecimento da mãe, o casal teve uma discussão. No dia seguinte Deiviane saiu de casa. Outra testemunha é o irmão de Deiviane, Clayton Melo, que colaborou com as investigações. Ele classificou o cunhado como agressivo e ciumento ao extremo.
Entre as provas anexadas ao caso, a promotora apresentou imagens da câmera de segurança do condomínio do casal que comprovam que Willian mentiu sobre o horário que saiu. Esta e outras contradições levaram o jurados à conclusão de que Willian era realmente o autor do crime.
Família acha pena muito branda
Nossa equipe conversou com a mãe e um irmão de Deiviane após o resultado do julgamento e anúncio da condenação. Maria de Lourdes da Silva Machado disse estar ainda muito triste com a perda e achou a pena muito branda. “Eu achei muito pouco, pelo que ele fez tinha que ser mais. Pelo menos 30 ou 50 anos”, disse.
O irmão, Marcelo de Melo, também se pronunciou. “Não vai trazer ela de volta. Pode ser 17 ou 20 anos, não vai trazer ela de volta pra gente. Pelo menos a gente sabe que ele está pagando pelo que fez.”
Willian Sena já estava preso desde 2016 no Presídio Professor Jacy de Assis. Um ano depois da prisão foi feita audiência de instrução e ficou decidido pelo júri popular.
Promotora lamenta casos de feminicídio
“Nós estamos no século XXI e ainda temos casos gritantes de violência familiar contra mulher, infelizmente a mulher não está sendo considerada como um sujeito em direitos e igualdade com os homens. Embora a violência doméstica também ocorra com relação aos homens, é um número ínfimo, muito menor do que verificamos com relação a mulher que ainda se encontra desprotegida.”
A morte de Deiviane
A consultora de beleza Deiviane da Silva Melo, de 36 anos, foi carbonizada ainda viva no dia 7 de setembro de 2015, em um terreno baldio, da Rua Cesar Mugnato, no Distrito Industrial. Para garantir a morte ela teve o corpo enrolado em um plástico. Fuligem no pulmão comprovaram que ela ainda estava viva quando foi queimada.
Ela tinha um filho, na época de 12 anos, com o marido, então com 44 anos.
Completamente queimado, o corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Uberlândia para reconhecimento legal por meio de exame de DNA.
A vítima foi velada e sepultada na cidade de Coromandel, no Alto Paranaíba. O principal suspeito, o ex-marido Willian Sena, foi preso em São Paulo. O motivo do assassinato seria a não aceitação do fim do relacionamento.
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