Dois policiais militares e um ex-policial são presos em desdobramento da Operação Dominó


Na manhã desta quarta-feira, 6, três pessoas foram presas em um desdobramento da Operação Dominó, desencadeada em dezembro de 2018 para investigar roubos de cargas e receptação. A ação é do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco) em Uberlândia.

Foram expedidos nesta 2ª Fase da Operação, denominada de Mercenários, oito mandados de busca e apreensão e cinco mandados de prisão temporária – com prazo de 30 dias.  De acordo com as informações, os presos são dois policiais militares lotados no 9º BPE e 32º BPM – Unidades da cidade, e um ex-policial militar.

As investigações da Operação Dominó tiveram início em março de 2018. O objetivo é desmantelar uma organização criminosa que praticava roubos de cargas e receptação de veículos na região de Uberlândia. As investigações apontaram para outras sete organizações criminosas e a prática de 50 crimes diferentes, dentre eles, homicídio mediante pagamento de recompensa. Os valores não foram divulgados, mas os motivos seriam disputa por território ou queima de arquivo.

De acordo com o promotor Daniel Marotta, o primeiro homicídio investigado pelo Gaeco aconteceu no dia 8 de dezembro na Cachoeira do Sucupira, em Uberlândia. Marcos de Lucena Silva tinha relação com os investigados e foi morto com requintes de crueldade. A vítima teria sido atraída para uma emboscada e atingida com tiros nas articulações, o que impossibilitou defesa.

A informação é de que o crime foi praticado mediante o pagamento de valor pecuniário e teve participação direta de pelo menos dois policiais militares da ativa. Foram utilizadas pelo menos duas armas de fogo de diferentes calibres na execução.

O segundo homicídio encomendado aconteceu no dia 4 de janeiro no Bairro Planalto. Fernando Lima Oliveira, que era foragido da Operação Dominó, foi executado dentro de uma loja de materiais de construção. As investigações apontaram para cinco suspeitos.

Entre os envolvidos, está Cleiton Félix Pereira, que está foragido, Marlon Batista Nunes, preso em 19 de dezembro, um policial civil e dois policiais militares.

Os militares são o soldado Rafael Sílvio de Souza Lima, de 26 anos, e o cabo Pablo Mendes Rodrigues, de 32 anos, que estavam na ativa e se preparavam para iniciar o turno.

De acordo com o promotor Adriano Bozola, a polícia apreendeu um revólver sem registro, munição de uso restrito, drogas, placas de veículo adulterada e um bloqueador de sinal de rastreador de caminhão. Os materiais estavam guardados nas casas dos militares. Eles foram levados sob custódia e serão exonerados.

Os promotores afirmaram que há provas incontestáveis da participação dos presos nos crimes mencionados.

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