Uberlandense é vítima de racismo e tem turbante arrancado durante festa de formatura


Reprodução / Facebook

Uma jovem de Uberlândia alega ter sofrido constrangimento com atos de racismo e agressões durante uma festa de formatura na madrugada de domingo, 23. Em um post no facebook, Dandara Tonantzin Castro, de 22 anos, conta que foi hostilizada por usar adornos referentes à sua etnia afro. A publicação atingiu, em menos de 48 horas, mais de 60 mil curtidas e 14 mil compartilhamentos. Ela afirma ter sido rodeada por seis homens e teve o turbante arrancado da cabeça.

Um detalhe é que Dandara é ativista de igualdade racial, Representante do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial e diretora da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais (UEE-MG), ou seja, luta pelos direitos dos semelhantes.

As ofensas, verbais e físicas, renderam indignação nas redes sociais, tanto dos amigos quanto de desconhecidos de Dandara Tonantzin. A ativista participava do baile de formatura do curso de engenharia civil da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Ela conta que um homem passou e puxou forte seu turbante e ela se afastou. Mas depois, ao passar por ele novamente, o autor teria chamado os amigos, que a cercaram, tiraram o turbante com violência e jogaram no chão. E ainda jogaram cerveja nela.

No início muitos olhares incomodados, mas os vários elogios me acalmavam. Quase no fim da festa, já do lado de fora um cara branco, puxou meu turbante forte. Disse para ele soltar e saí. Quando passei por ele novamente, sozinha, ele puxou pela segunda vez, fiquei tão brava que gritei para ele não tocar no meu turbante. Ele acenou para os amigos virem, quando juntaram em uma rodinha um deles puxou o turbante da minha cabeça e jogou no chão. Quando fui catar, incrédula do que estava acontecendo, jogaram cerveja em mim. Muita cerveja. Fiquei cega, sai desesperada para achar meus amigos. Sabia que se ficasse ali poderia até ter mais agressões físicas.

A jovem chamou a segurança e os autores foram retirados da festa. De acordo com o Palácio de Cristal os seguranças agiram dentro dos limites legais, sem distinção de qualquer natureza.

O fato foi registrado pela jovem em um boletim de ocorrências com a PM, qualificado como “agressão física motivada por preconceito racial”.

O caso será apurado pela Polícia Civil, que irá intimar os suspeitos.

 

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