Barroso ironiza voto impresso e diz que TSE investigaria fraude se houvesse provas


O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Roberto Barroso, ironizou neste domingo (29 nov) a tese de que voto impresso é mais seguro que as urnas eletrônicas. O magistrado ainda afirmou que, se o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), tiver provas de fraudes na votação, a Corte abrirá uma investigação.

“Se alguma pessoa tiver comprovação de fraude desde 1996 até hoje, imediatamente mandarei apurar. Eu sou juiz, lido com fatos e provas, não posso me impressionar com a retórica política que faz parte de um jogo que não me cabe jogar”, disse Barroso em coletiva de imprensa.

Para o presidente do TSE, caso o sistema de votação fosse alterado, causaria um “grande tumulto” para o processo eleitoral brasileiro. “Respeitando a opinião do presidente e de todos, penso que o voto impresso traria grande tumulto para o processo. Todo candidato derrotado iria pedir recontagem e ia haver impugnações e judicialização. É mexer drasticamente em um time que está ganhando”, completou.

Questionado se o número de abstenções teria relação com a desconfiança de algumas pessoas com o sistema eletrônico de votação, Barroso ironizou a tese favorável ao voto impresso.

“Eu não tenho controle sobre o imaginário das pessoas. Tem gente que acha que a Terra é plana, que o homem não chegou à Lua, que o [Donald] Trump venceu as eleições nos Estados Unidos. É um imaginário sobre o qual não tenho poder. Não há, objetivamente, forma de fraudar [as eleições] sem que seja detectado”, finalizou.

Segundo o TSE, neste ano, foram registrados 29,47% de abstenção, o maior índice nos últimos 20 anos. Em 2016, 21,55% da população não compareceu às urnas.

SBT