Governador explica estratégia do Estado contra coronavírus e os impactos na economia


O governador Romeu Zema foi um dos convidados da live realizada nesta quarta-feira, 8, pela corretora de valores XP Investimentos. Dentre os diversos assuntos abordados, o tema Covid-19 e os respectivos impactos no desempenho do Estado foi o mais debatido. Participaram da transmissão empresários dos setores varejista, de aviação, logística e concreteiro.

Zema explicou como a pandemia está afetando a economia de Minas e quais alternativas estão sendo adotadas para driblar o atual cenário. “Já estimamos uma queda de R$ 7,5 bilhões na arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) com a redução da atividade econômica. Simultaneamente, estamos tendo um aumento dos gastos na área da Saúde de, pelo menos, R$ 460 milhões para combatermos o coronavírus”, explicou.

Romeu Zema alertou que o Governo do Estado está se preparando para uma queda da receita de abril em diante. “Estamos acompanhando a emissão de notas fiscais e está nítido como a atividade econômica arrefeceu. O principal pagador de ICMS no Estado é a Petrobras, por meio da Refinaria Gabriel Passos (Regap). A Ragap reduziu sua produção em 50%. Somente este contribuinte vai deixar de recolher aos cofres do Estado R$ 300 milhões por mês. Anualizado, nós estamos falando de R$ 3,5 bilhões”, alertou.

Insolvência

Para o governador, estados como Minas Gerais e Rio Grande do Sul precisarão de uma ajuda emergencial. “Caso contrário, nós teremos uma total insolvência. O funcionário público não pode ficar sem receber. Buscamos as melhores medidas e estamos no limite do corte de despesas. Com isso, a margem de manobra torna-se cada vez menor”, explicou.

Sobre a atuação do governo federal frente o combate à pandemia, Romeu Zema lembrou de medidas para ajudar os trabalhadores informais e flexibilização das leis trabalhistas. Entretanto, ele mencionou que nada foi visto até agora para socorrer os estados. “Vale lembra que não só os estados serão impactados. A queda da arrecadação do ICMS afeta os municípios, já que uma parte do tributo volta para as cidades”, lembrou.

Parceria

Durante o debate, Romeu Zema abordou o trabalho conjunto do setor público com a iniciativa privada. “A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) conseguiu reunir um grupo de empresários para comprar equipamentos hospitalares, que somam mais de R$ 70 milhões, e que serão utilizados para equipar diversas UTIs”, comemorou.

Isolamento

Ao ser questionado sobre o retorno das atividades e o fim do isolamento, o governador lembrou que são os prefeitos que determinam quais estabelecimentos devem permanecer abertos ou fechados, e que a decisão não cabe ao presidente do país e ao governador.

“Cerca de 200 municípios em Minas estão com as atividades econômicas funcionando com poucas restrições. Eu gostaria de falar para as pessoas voltarem a ter suas vidas como eram o quanto antes. Mas, no momento, sabemos que o isolamento está sendo a melhor forma de se prevenir. Mas o prefeito que está acompanhando de perto a situação da sua cidade pode tomar uma decisão com mais rigor e de forma acertada”, lembrou.

Agência Minas