Ministério Público reúne especialistas em debate sobre a defesa da saúde dos animais em Minas


(Imagem: Divulgação)

“Saúde Única”, o termo que trata da integração entre a saúde humana, a saúde animal, o ambiente e a adoção de políticas públicas para prevenção e controle de enfermidades, foi discutido no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) durante o VII Seminário do Ministério Público de Proteção à Fauna, promovido pela Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna (Cedef), em parceria com o Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (CAO-Saúde).

O evento, realizado por meio do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf) do MPMG, debateu o tema “Os diálogos em saúde única: perspectivas de uma maior integração entre as ações de saúde ambiental, animal e humana”, durante todo do dia 29 de novembro, na Procuradoria-Geral de Justiça, em Belo Horizonte.

Compuseram a mesa de honra o procurador-geral de Justiça, Antônio Sérgio Tonet; o coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do MPMG (Ceaf), procurador de Justiça Edson Baeta; a coordenadora da Cedef, Luciana Imaculada de Paula; o coordenador do CAO-Saúde, Luciano Moreira de Oliveira; o deputado Noraldino Lima; o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Minas Gerais (CRMV) Bruno Divino Rocha; a representante da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais Samylla Mol; e a representante da UFMG, Camila Fonseca de Oliveira.

Antônio Sérgio Tonet abriu o evento destacando que a defesa da fauna e da flora está entre as prioridades do MPMG. “Como uma causa desse porte não comporta protagonismo temos que trabalhar juntos para avançar nos resultados o mais rápido possível”, disse, salientando a importância do papel das demais instituições e dos voluntários.

“Na nossa vida, acostumamos a colocar o homem como centro das preocupações, mas a sociedade e a ciência evoluíram e passamos a nos preocupar com o planeta, a vê-lo como entidade destinatária de direitos. Então, não por benevolência, mas pela importância que representam, inserimos nesse contexto as plantas e os animais”, lembrou o PGJ.

O coordenador do CAO-Saúde, Luciano Moreira de Oliveira, ressaltou que as áreas do MPMG que têm interface com a causa devem manter diálogo aberto e promover a interlocução com as demais instituições da área da saúde. “Afinal, nos últimos anos, o termo vem ganhando espaço cada vez maior dentro das discussões científicas que tratam de questões ligadas à saúde e epidemiologia”.

‘É preciso conectar a defesa da fauna à defesa da saúde, já que é temos consciência de que os animais também têm direito à saúde e à prevenção de doenças, conforme os temas e as propostas que aqui vão ser colocados”, disse o promotor de Justiça.

Luciana Imaculada de Paula definiu o evento como “um momento histórico”. “As pessoas que reunimos nessa mesa e o que elas já nos disseram, nos dá a dimensão da importância que a fauna atingiu no Ministério Público”.

Ela enfatizou o tratamento que o governo do Estado vêm dispensando à causa. “Hoje, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente tem uma gerência para as políticas públicas em defesa dos cães e gatos”.

A promotora de Justiça também reforçou que o tema deve ser trabalhando em conjunto. “Não podemos pensar a saúde animal sem pensar a saúde humana. O IBGE nos diz que hoje temos mais animais que crianças nas residências brasileiras. Mas os animais trazem mais que afeto, pois, 60% das doenças humanas são zoonóticas, e, por isso, o tema é urgente”.

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