Corinthians denuncia desaparecimento de documentos sigilosos e aciona a Polícia Civil


Clube aciona a polícia após constatar sumiço de documentos financeiros; caso envolve ex-presidentes e uso do cartão corporativo

A diretoria do Corinthians registrou um boletim de ocorrência no último sábado (19), após identificar o desaparecimento de documentos confidenciais — tanto físicos quanto digitais — dos arquivos do clube. A suspeita é de que os materiais tenham sido subtraídos de forma criminosa, com indícios de que a ação tenha ocorrido em 31 de maio, quando o presidente afastado Augusto Melo e apoiadores invadiram o setor administrativo do Parque São Jorge.

A ausência dos documentos foi constatada após o presidente interino, Osmar Stábile, determinar ao setor financeiro uma verificação detalhada das despesas e faturas associadas ao uso do cartão corporativo por ex-presidentes. Parte dessas informações foi exposta nas redes sociais e atualmente é alvo de apuração por parte da Comissão de Ética do Conselho Deliberativo.

O clube solicitou a abertura imediata de inquérito policial para investigar o caso e avalia que outros registros internos também podem ter sido levados. A denúncia foi publicada inicialmente pelo portal Gazeta Esportiva, e confirmada pela Rádio Itatiaia, que também revelou que o Conselho de Orientação (Cori) pediu investigação formal sobre o vazamento de dados sigilosos.

Entre os nomes citados como possíveis envolvidos estão Augusto Melo, o ex-diretor financeiro Pedro Silveira, o ex-gerente financeiro Luiz Ricardo Alves, o auditor Josué Lopes e a assessora Dayna Barossi.

Faturas e cartão corporativo de Andrés Sanchez também estão sob análise

A atual gestão do clube também se manifestou oficialmente sobre as faturas divulgadas nas redes sociais, que envolvem gastos do ex-presidente Andrés Sanchez durante o ano de 2020, enquanto comandava a diretoria executiva do clube.

Segundo nota divulgada pelo Conselho Deliberativo, desde 14 de julho vêm sendo protocolados ofícios com pedidos formais de apuração sobre o uso do cartão corporativo por Sánchez. O presidente do Conselho, Romeu Tuma Jr., solicitou à diretoria a preservação de documentos referentes aos últimos sete anos, mas foi informado do desaparecimento de parte dos registros, coincidente com o episódio de 31 de maio.

O Conselho afirma que todos os pedidos foram devidamente recebidos e que segue em contato com a presidência interina para acompanhar o avanço das investigações conduzidas pela Polícia Civil. A análise da conduta de Andrés Sanchez, que é conselheiro vitalício, será feita pela Comissão de Ética, respeitando o devido processo legal e o direito à ampla defesa.

A presidência do Conselho também avalia a unificação dos pedidos de apuração relacionados ao uso do cartão, com o objetivo de evitar decisões conflitantes e agilizar a tramitação. Segundo o órgão, nenhuma denúncia será ignorada, e o clube garante o compromisso com a transparência e a legalidade nas investigações internas.