Imagem | Amanda Perobelli/Eduardo Knapp/7.set.25/Reuters/ 21.set.25/Folhapress
Uma nova pesquisa do Datafolha, realizada entre os dias 2 e 4 de dezembro com 2.002 pessoas em 113 municípios brasileiros, revela que 35% dos cidadãos se identificam com a direita, enquanto 22% se alinham à esquerda. Ao somar os dois polos, percebe-se que 57% da população se posiciona nas extremidades do espectro político. No detalhamento do levantamento, que possui margem de erro de dois pontos percentuais, 17% dos entrevistados se declararam de centro, 11% de centro-direita, 7% de centro-esquerda e 8% não souberam responder. Para chegar a esses números, o instituto solicitou que os participantes se posicionassem em uma escala de 1 a 7, sendo o 1 o ponto máximo à esquerda e o 7 o máximo à direita.
Apesar da predominância numérica da direita como ideologia, o cenário se inverte quando a análise foca na simpatia pelas principais lideranças do país. Em uma escala de 1 a 5, onde 1 representa o bolsonarismo e 5 o petismo, 40% dos brasileiros se classificaram como petistas (posições 4 e 5), enquanto 34% se definiram como bolsonaristas (posições 1 e 2). Outros 18% ficaram na faixa neutra, 6% não apoiam nenhum dos lados e 1% não opinou. O Datafolha aponta que os simpatizantes do presidente Lula foram maioria em 9 das 11 pesquisas realizadas desde o fim de 2022.
O perfil demográfico também expõe divisões acentuadas. Entre os brasileiros com menor escolaridade, a identificação com a direita atinge 41%, contra 26% de esquerda. Já o centro ganha força entre quem possui ensino médio ou superior, oscilando em torno de 20%. No recorte por idade, os jovens de 16 a 24 anos são os que mais se identificam com o centro (30%), ao passo que, entre os idosos com 60 anos ou mais, a direita domina com 42% de adesão. No campo religioso, o grupo evangélico apresenta maior inclinação à direita (42%) em comparação aos católicos (36%), enquanto a identificação com a esquerda é de 16% entre evangélicos e 24% entre católicos.
O levantamento foi realizado em um contexto de pressão jurídica sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi condenado por tentativa de golpe de Estado e passou por períodos de prisão domiciliar e preventiva. Por outro lado, Lula aparece na frente nas projeções para a sucessão presidencial de 2026. A pesquisa também revelou contradições entre ideologia e voto prático na eleição de 2022: 22% dos eleitores identificados com a direita declararam ter votado em Lula, enquanto 9% dos que se dizem de esquerda afirmaram ter escolhido Bolsonaro. Entre os grupos mais fiéis, apenas 5% dos bolsonaristas disseram ter votado no petista, e 7% dos petistas declararam voto no ex-presidente.
