Covid-19: risco de infecção é maior em terminais de ônibus, diz estudo


Ambientes de transporte público englobam mais pessoas infectadas circulando, aponta Fiocruz

Um novo estudo da Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco (Fiocruz), divulgado ontem (30.jun), mostra que a população brasileira fica mais exposta a contrair a covid-19 em terminais de ônibus devido ao grande fluxo e a alta concentração de pessoas. 

Para a investigação, foram coletadas 400 amostras de superfícies muito tocadas por diferentes usuários, como maçanetas, torneiras, vasos sanitários, interruptores de luz, leitores de biometria, catraca e corrimão de escadas. As amostras foram submetidas ao exame padrão para detecção do novo coronavírus, o RT-qPCR. Do total de amostras, 48,7% testaram positivas.

De acordo com o estudo, as superfícies com maior índice de contaminação foram os terminais de autoatendimento e os corrimões. Isso coloca os terminais de ônibus como um dos principais pontos de infecções, seguido das áreas próximas às unidades de saúde e parques públicos.

O pesquisador e coordenador do estudo, Lindomar Pena, ressalta que não foi detectado o vírus ativo nos exames, “porém em algum momento ele esteve ativo naquele local, o que demonstra serem ambientes onde há mais gente infectada circulando”, explica.

Outro aspecto contemplado pelos estudiosos foi a classificação das superfícies pelo tipo de material. Segundo eles, o vírus foi encontrado com maior frequência em superfícies metálicas (46,3%) e plásticas (18,5%).

“Tomados em conjunto, os resultados indicaram contaminação extensa por Sars-CoV-2 em superfícies públicas, sugerindo a circulação de pessoas infectadas nessas áreas e um risco potencial de infecção. Os resultados podem ajudar as autoridades de saúde pública a priorizarem recursos e estabelecerem políticas eficazes para conter a transmissão comunitária do Sars-CoV-2 nos pontos de controle críticos da Covid-19 identificados no estudo”, complementa Lindomar.

SBT NEWS