Diamante raro é descoberto em Coromandel (MG) e se torna o segundo maior já registrado no Brasil


Com coloração marrom incomum, pedra de 646,78 quilates foi avaliada em R$ 16 milhões e reforça a vocação mineral da cidade mineira

Em uma surpreendente descoberta, um diamante bruto de 646,78 quilates foi encontrado no município de Coromandel, no Alto Paranaíba, Minas Gerais. A pedra, retirada das margens do Rio Douradinho no mês de maio, passou a ocupar a segunda posição entre os maiores diamantes já registrados no Brasil, conforme informações confirmadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM).

Pesando cerca de 129 gramas, o diamante impressiona não apenas pelo tamanho, mas também por sua tonalidade marrom, considerada rara. A estimativa de valor, feita pela prefeitura local, gira em torno de R$ 16 milhões. A extração ocorreu em uma área autorizada pela ANM por meio de Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), o que garante a legalidade da operação.

Com pouco menos de 30 mil habitantes, Coromandel já havia entrado para a história em 1938, quando foi descoberto na região o maior diamante do país, o “Getúlio Vargas”, com 727 quilates. Agora, a cidade se consagra como palco dos dois maiores achados do tipo em território nacional.

Trâmites legais até a venda

Logo após o achado, a gema foi oficialmente declarada aos órgãos competentes. A presidente da Cooperativa dos Médios e Pequenos Garimpeiros de Coromandel (Coopemg), Denize Fernandes, explicou que todo processo de legalização começa com o registro junto à ANM, que envia um técnico para verificar a autenticidade e as condições da extração.

Após a validação, a pedra só pode ser vendida a compradores previamente cadastrados. A comercialização também exige a emissão do Certificado de Kimberley, que atesta a origem e legalidade do diamante e permite sua exportação. O processo, geralmente realizado em Belo Horizonte, inclui informações sobre peso, cor e outras características.

Além disso, uma alíquota de 2% sobre a venda é repassada ao governo federal, que, por sua vez, destina o valor integral ao município onde ocorreu a extração. Nesse caso, a cidade deve receber cerca de R$ 320 mil em compensação financeira.

Especialistas apontam que o valor de um diamante depende de mais do que seu peso. A pureza, transparência e cor influenciam diretamente no preço final da gema.