Cães de rua se tornam motivo de discussão entre vizinhos no Bairro Mansour


Uma situação corriqueira nas ruas das cidades do país se tornou motivo de discussão entre vizinhos: um grupo de cachorros de rua é alimentado por um morador do Bairro Mansour, mas a atitude é reprovada por algumas pessoas, que alegam que os animais são agressivos.

O vigia Divino Rodrigues é quem alimenta os cachorros, no canteiro central da Avenida José Fonseca e Silva. Ele garante que faz isso por não gostar de ver animais passando fome nas ruas e questiona a conduta de alguns vizinhos, que chegam a ameaçar os cães de morte.

“Às vezes, peço ajuda das pessoas que reclamam disso. Por que elas não me ajudam a achar um lar pra eles? Só sabem criticar, ameaçar de morte, fala que vai tocar (sic) veneno. As coisas não funcionam assim não, pra que matar? Me ajudem a encaminhar eles pra um lar. Mas é sempre assim”, disse.

Quem questiona a postura do vigia alega que os animais, em algumas situações, são agressivos e atacam motoristas, motociclistas e até mesmo pedestres que passam pelo local.

O aposentado Carlos Roberto Barros já disse que o filho chegou a ser mordido por um dos cães.

“Ele ia passando e os cachorros foram na perna dele. Pra não deixar morder, e mesmo assim, morderam, deram uns arranhões no tornozelo dele e quase derrubou ele da moto”, disse.

Segundo dados do Ministério Público de Minas Gerais, em torno de 30 mil animais vivem em situação de semi-rua, que são cães e gatos que até têm donos, mas vagam livremente pelas vias da cidade durante o dia. Já outros 10 mil vivem em completa situação de abandono.

Palavra do promotor de justiça do meio ambiente

O promotor de justiça do meio ambiente do MPMG, Breno Lintz, participou ao vivo do programa Conexão Vitoriosa e deu sua opinião sobre o problema. Ele acredita que o comportamento dos cães é agressivo por que algumas pessoas podem provocá-los de alguma forma.

“O cão tem uma repetição de conduta que vem em virtude do local que ele ta vivendo. Se passam alguns ali e jogam pedras neles, eles vão pensar que todos que estão passando ali estão jogando pedras neles. São situações em que as pessoas devem chamar a atenção daqueles que maltratam e também ter um pouquinho de tolerância”, disse.

Lintz também disse que não existe um abrigo que consiga receber tantos animais abandonados de uma única vez em Uberlândia e que não é preciso se preocupar com a transmissão de raiva, pois a doença já não é registrada em humanos no município há 30 anos.

O promotor disse que quem quiser, pode alimentar cachorros nessa situação, mas que é preciso também ter alguns cuidados.

“Deve ser colocado em um local não tão público, de preferência mais afastado, afastado de local que tem muito movimento, muito tráfego de pessoas e veículos. Por que o cão se sente meio que proprietário daquele local em que está sendo alimentado. Às vezes, num canteiro central é difícil, por que eles vão realmente se sentir atacados quando alguém passar perto dos locais”, afirmou.

Informações: Marina Caixeta