Coletiva da Prefeitura sobre o caso Vitória apresenta contradições


Secretária de educação, Célia Tavares

Depois de muita cobrança a Prefeitura de Uberlândia se manifestou sobre o incidente na Escola Eurico Silva, Bairro São Jorge, onde a menina Vitória Rafaely, de 9 anos, se feriu gravemente. No entanto, algumas contradições foram identificadas pela nossa reportagem.

Em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira, 18, 12 dias após o fato, a secretaria municipal de educação prestou esclarecimentos sobre o caso, registrado no dia 06 de julho. De acordo com a secretária, Célia Tavares, a pasta só tomou conhecimento do fato uma semana após o ocorrido, ou seja, no dia 13.

A secretária afirmou que viu as imagens da câmera de segurança e que inclusive já identificou quem seria a outra criança que teria batido a cabeça com Vitória. “Solicitamos as imagens do sistema de monitoramento e nós verificamos, porque estávamos preocupados de localizar também a outra criança. Tanto que nós já localizamos a outra família e conversamos, perguntamos se a criança estava se queixando de alguma dor, se ela tinha contado o que tinha acontecido. Conversamos detalhadamente e orientamos que faça um raio-X que procure um atendimento médico para fazer uma verificação do estado de saúde.

 

1ª Contradição – Imagens das Câmeras

Vitória teve um coágulo no cérebro e precisou de cirurgia

Quando foi questionado à secretária se a imprensa poderia ter acesso às imagens das câmeras da escola a secretária disse que elas já haviam sido disponibilizadas ao Ministério Público. No entanto, o promotor da Vara da Infância e Juventude nega ter recebido as imagens citadas pela Secretária e afirma que ai solicitar à Prefeitura.

“Nós instauramos um inquérito civil para apurar os fatos. Nós vamos requisitar do município todas as imagens vamos ouvir as partes envolvidas, logo depois, se possível, vamos ouvir a criança, para a partir daí termos uma ideia um quadro probatório que nós vamos definir no curso das investigações. O fato de uma criança ter sofrido um acidente dentro de um ambiente escolar, por si só, gera o dever do município de indenizar a família”, afirma Jadir Cirqueira.

2ª Contradição – Comunicado de Bullying

A secretária de educação alegou que a escola nunca foi comunicada pelos familiares que a Vitória havia sofrido bullying na instituição de ensino. “Sobre a questão do bullying, nós não temos, eu até verifiquei junto à equipe da escola, qualquer situação que tenha a família comunicado à escola anteriormente.” 

Mas nós tivemos acesso com exclusividade ao áudio da reunião que aconteceu na escola na última sexta-feira com os familiares da vitória e com representantes da escola. No áudio uma funcionária da Escola Municipal Eurico Silva confirma que já havia sido comunicada pelos familiares de um caso de bullying. Confira o áudio a partir dos 3min48s da reportagem.

3ª Contradição – Ata do acidente

A secretária municipal de educação disse que a ata do ocorrido foi feita na escola no dia do fato, ou seja, no dia 06 de julho. Mas no áudio do dia reunião, os representantes da escola afirmaram que não fizeram a ata no dia porque se tratava de “apenas um acidente de recreio”.

 

Revoltado, o avô afirmou que Vitória não volta a estudar naquela escola.

Repórter no local: Camila Rabelo

 

Representante do Conselho Tutelar comenta a respeito do caso da menina Vitória