Mulher que perdeu bebê na recepção da UAI Martins reclama do atendimento no posto


Uma mulher de 29 anos, que estava grávida de três meses, reclamou do atendimento precário na UAI do Bairro Martins, o que acabou resultando na perda do bebê que esperava.

A técnica em enfermagem Beatriz Montandon de Araújo já estava com três meses de gestação e sua gravidez era considerada de risco. Ela realizava seu pré-natal na própria UAI Martins e no último dia quatro, foi até o posto procurar atendimento após sentir fortes cólicas e estar sangrando.

Ela alega que não foi classificada de acordo com o seu estado clínico, e por conta da demora no atendimento, acabou perdendo o bebê na recepção do local, lhe causando um enorme constrangimento.

“Eu comecei a expelir o feto e a placenta, tudo na recepção, na frente de idosos, de crianças, de gestantes”, disse Beatriz.

A técnica em enfermagem disse que só foi conseguir atendimento no fim do dia, após ser encaminhada para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). Ela está revoltada com os critérios utilizados na classificação e possui em mãos relatórios que mostram que ela correu riscos.

“Eu quero que essa gestão seja mais responsável. Mesmo sendo um embrião morto, era o meu filho e ninguém vai trazer de volta. Que tomem as providências, façam a reciclagem na classificação. Às vezes, as pessoas nem sempre chegam e falam uma coisa e não é. E quando a coisa fica séria, infelizmente, acontece o que aconteceu comigo, na frente de todo mundo”, desabafou Beatriz.

Nota da Prefeitura

“A secretaria municipal de Saúde informa que a paciente passou por avaliação, foi classificada conforme o relatado ao profissional da triagem e recebeu total assistência na UAI Martins enquanto aguardava transferência para realização de procedimento cirúrgico no Hospital de Clínicas de Uberlândia da Universidade Federal de Uberlândia. A paciente tem sido acompanhada permanentemente pela equipe médica da unidade desde o dia 11 de setembro, quando recebeu diagnóstico que comprovava impossibilidade de evolução da gestação.”

Informações no local: Carlos Vilela