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Ex-presidente falou a jornalistas após ser alvo de buscas da Polícia Federal; ele está proibido de usar redes sociais e está usando tornozeleira eletrônica
Jair Bolsonaro (PL) falou a jornalistas nesta sexta-feira (18) após operação da Polícia Federal (PF) contra ele, em ação que realizou buscas na casa do ex-presidente e no escritório dele na sede do partido PL, em Brasília. “Nunca pensei em sair do Brasil”, afirmou o ex-mandatário. “No momento, é um novo inquérito, e estou dentro dele”, continuou, chamando força-tarefa de “suprema humilhação”.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou medidas cautelares que incluem tornozeleira eletrônica, restrição de deslocamento, apreensão de celular e proibição de se comunicar com investigados, embaixadores e diplomatas. “O [inquérito] do golpe é inquérito político”, afirmou Bolsonaro, dizendo que a Corte “não tem prova de nada”.
O ex-presidente voltou a negar, como fez em outra conversa com jornalistas nesta semana, participação ou liderança em uma tentativa de golpe de Estado após eleições de 2022. “Nada de concreto existe ali e a própria PF não me botou no 8 de janeiro. PGR foi além do que viu no inquérito e botou. Golpe sem Forças Armadas, sem armas. Golpe de festim. Julgamento, eu espero que seja técnico e não político”, acrescentou.
Na coletiva de imprensa, Bolsonaro confirmou outras medidas realizadas contra ele, como apreensão de dinheiro (R$ 8 mil e US$ 14 mil). “Nunca pensei em ir pra embaixada. Mas cautelares foram em função disso. Não posso me aproximar de embaixada. Tenho horário pra ficar na rua”, continuou. “É a quarta busca e apreensão contra mim”, reclamou.
O novo inquérito instaurado por Moraes aponta suspeita de crimes como coação no curso do processo, obstrução de investigação e atentado à soberania. Segundo o STF, a PF apontou que Bolsonaro e o filho “03”, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), “vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”.
Sobre tarifaço de 50% imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a exportações brasileiras, Bolsonaro fez críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e declarou que “só o Brasil não está negociando”. “Em 2019, Trump era presidente, queria impor tarifa sobre aço e alumínio. Resolvi e não foi tarifado. O mundo todo [está] com tarifas [hoje]”, completou.
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