Juliana Marins, ex-estudante da UFU, é encontrada morta após queda em trilha de vulcão na Indonésia


Jovem brasileira caiu de penhasco em trilha no Monte Rinjani, na ilha de Lombok, e estava desaparecida desde sexta (20)

Juliana Marins, jovem brasileira de 26 anos que fazia um mochilão pela Ásia, foi encontrada morta nesta terça-feira (24), segundo confirmou a família pelas redes sociais.
O acidente aconteceu na madrugada de sábado (21), no horário local da Indonésia — ainda sexta-feira à noite (20) pelo horário de Brasília.

Sete socorristas teriam conseguido se aproximar da jovem nesta terça. Juliana estava escorregando e, da última vez que foi vista, já se encontrava a mais de 950 metros de profundidade.

O helicóptero que poderia ser utilizado no resgate não conseguiu chegar até ela devido à forte neblina. A brasileira estava presa no local, que fica no Parque Nacional do Monte Rinjani, a 1.200 km de distância da capital, Jacarta, desde sexta-feira (20), quando caiu da borda da cratera do vulcão durante uma trilha.

Juliana era natural de Niterói (RJ), mas em 2016 chegou a cursar Direito na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Apesar do início da trajetória acadêmica na instituição mineira, ela não chegou a concluir o curso na instituição.

A jovem viajava sozinha pela Ásia desde fevereiro deste ano e já havia passado por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã. Em seu roteiro pela Indonésia, decidiu fazer uma trilha de três dias no Monte Rinjani, acompanhada por um guia e outros cinco turistas.

Segundo relatos, no segundo dia da expedição, Juliana parou para descansar em um ponto da trilha e acabou se afastando do grupo. O guia que a acompanhava percebeu a demora e retornou, momento em que viu que ela havia caído de um penhasco com mais de 300 metros de profundidade. Pouco tempo depois, turistas que passavam pelo local conseguiram localizá-la com a ajuda de um drone e avisaram a família no Brasil.

Demora no resgate

família de Juliana acusou o governo da Indonésia de divulgar mentiras sobre um possível resgate à jovem, além de forjar vídeos mostrando que ela recebeu alimentos, água e agasalho.

Em entrevista para a imprensa, a Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarna) informou que a demora para iniciar os trabalhos de busca e salvamento aconteceu porque as equipes só foram avisadas do acidente depois que um integrante do grupo de Juliana conseguiu descer até um posto, em uma caminhada que levou cerca de 8 horas. Além disso, foram necessárias algumas horas até que os resgatistas subissem até o local.

Drones mostraram que Juliana estava viva na segunda

Nos dois primeiros dias de buscas, drones com sensores térmicos não encontraram Juliana. Apenas na manhã de segunda-feira (23), ela foi localizada. A temperatura do corpo mostrou que ela ainda estava viva, porém se mantinha imóvel. Neste momento, ela já estava a uma profundidade de aproximadamente 500 metros.

Condições climáticas e geográficas prejudicaram resgate

Segundo a família de Juliana, dois helicópteros estavam de sobreaviso para o resgate, um em Sumbawa e outro em Jacarta, mas as condições climáticas impossibilitavam o vôo.

As condições geográficas também prejudicaram o trabalho de salvamento, segundo a Basarna. Alpinistas tentavam chegar até a brasileira por meio de cordas, mas a fixação de uma estrutura, no terreno que é arenoso e está escorregadio pela umidade, era dificultada.

Embaixada brasileira acompanha

Dois funcionários da Embaixada do Brasil em Jacarta foram deslocados para o local para acompanhar os trabalhos de resgate. “Desde que acionada pela família da turista, a embaixada do Brasil em Jacarta mobilizou as autoridades locais, no mais alto nível. O embaixador do Brasil em Jacarta entrou pessoalmente em contato com o Diretor Internacional da Agência de Busca e Salvamento e com o Diretor da Agência Nacional de Combate a Desastres da Indonésia”, disse o Itamaraty.

Pai está a caminho da Indonésia

O pai de Juliana, Manoel Marins, anunciou nesta terça-feira (24), antes do comunicado sobre a morte da jovem, que estava em um avião para Bali, na Indonésia, para acompanhar o resgate.

Ontem, ele havia informado que não estava conseguindo embarcar para o país, após uma escala em Lisboa, pois o espaço aéreo de Doha estava fechado devido ao ataque do Irã a bases dos Estados Unidos no Catar.

“Estamos aqui no aeroporto de Lisboa e infelizmente soubemos que o espaço aéreo do Catar e Doha foi fechado. Nosso voo obrigatoriamente passa por Doha. Não sei se será possível viajar ainda hoje pra lá”, relatou Manoel.

Reescrita com informações do SBT News