Ministério Público abre inquérito sobre maus-tratos a cavalo durante Cavalgada do Camaru


Animal foi forçado a entrar em reboque com o uso de instrumentos de choque; promotor solicita prisão preventiva dos envolvidos

O Ministério Público de Uberlândia anunciou nesta segunda-feira (25) a abertura de um inquérito policial para apurar um caso de maus-tratos a um cavalo durante a Cavalgada do Camaru 2025. O incidente, registrado por populares, mostra o animal sendo forçado a entrar em um reboque próprio para transporte de equinos.

Segundo as imagens, diante da recusa do cavalo em entrar no veículo, os responsáveis utilizam um instrumento conhecido como vara de choque. As pessoas envolvidas perceberam que estavam sendo filmadas, e um dos suspeitos chegou a tentar intimidar os populares, afirmando falsamente ser tenente da Polícia Militar.

O promotor de Justiça Breno Lintz detalhou que já solicitou a abertura do inquérito e que um laudo indireto será elaborado ainda hoje pelo perito legista responsável. “Os instrumentos utilizados, como a vareta com choque e cordas, causaram dor e sofrimento ao animal. Mais de três ou quatro pessoas participaram da ação, caracterizando crime de associação para prática de maus-tratos. Assim que os envolvidos forem identificados, solicitarei a prisão preventiva”, explicou.

O Sindicato Rural de Uberlândia divulgou nota repudiando veementemente a ação. O documento afirma que os atos não representam, de forma alguma, a conduta defendida pelo sindicato e que se tratam de ações isoladas. O sindicato reforçou o compromisso com o bem-estar animal e com a preservação da tradição rural, solicitando que as autoridades investiguem o caso rigorosamente.

A Polícia Militar, por sua vez, informou que a princípio a pessoa que teria se identificado como tenente não é policial militar, mas levantamentos continuam sendo realizados para confirmação.

No Brasil, a legislação prevê pena de detenção de 3 meses a 1 ano e multa para maus-tratos a animais de grande porte. A pena pode ser aumentada caso haja morte do animal. Para cães e gatos, a punição é mais severa, com reclusão de 2 a 5 anos, multa e proibição da guarda.

Nota de Repúdio Sindicato Rural

O Sindicato Rural de Uberlândia vem a público manifestar seu repúdio veemente em relação a um vídeo que circula nas redes sociais, no qual se vê indivíduos em prática de manejo inadequado ao tentar colocar um asinino em um veículo de transporte.

Deixamos claro que tais práticas não representam, em hipótese alguma, a conduta defendida ou aceita pelo Sindicato Rural de Uberlândia.

Tratam-se de uma atitude isolada, que não tem absolutamente nenhuma relação com as imagens e registros captados da Cavalgada Camaru 2025, evento tradicional que reuniu famílias e amantes dos equinos em um ambiente de cultura, respeito e valorização do campo.

O Sindicato Rural de Uberlândia solicita, ainda, que as autoridades competentes investiguem o caso com rigor, identifiquem os responsáveis e apliquem as devidas sanções previstas em lei. Estamos colaborando para que a denúncia seja formalizada e tratada com a seriedade que o episódio exige.

Reforçamos que não compactuamos com qualquer prática de maus-tratos e reiteramos nosso compromisso permanente com o bem-estar animal, a ética e a preservação da tradição rural.

Sindicato Rural de Uberlândia