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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu uma denúncia formal contra 35 pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa com forte atuação em Uberlândia, Ituiutaba e ramificações em outros estados do Brasil. O grupo é alvo de investigações por tráfico interestadual de drogas, associação criminosa, posse de arma de fogo de uso restrito e um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro.
A investigação teve início em fevereiro deste ano, após a prisão em flagrante de um homem que transportava 40 quilos de maconha; mas o que parecia um caso isolado se revelou uma rede profunda e organizada. De acordo com o Ministério Público, o grupo possuía uma divisão clara de tarefas, contando com uma liderança estratégica responsável pelas diretrizes da organização, um setor de distribuição e logística encarregado da gestão do transporte e armazenamento regional, além de um braço financeiro focado na ocultação de bens e na lavagem de capitais.
A organização utilizava métodos avançados para evitar o radar das autoridades. As apurações apontam o uso de comunicação cifrada e a fragmentação de pagamentos através de contas de terceiro e empresas de fachada.
Em um curto período monitorado, a movimentação financeira rastreada ultrapassou os R$ 400 mil. Segundo o MP, esse montante é apenas uma fração do faturamento total da organização, que mantinha até uma padronização de preços para as substâncias ilícitas.
A operação, batizada de “Muro ao Lado”, teve duas fases, em agosto e outubro, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). Durante as ações, foram apreendidas drogas, armas, celulares e equipamentos usados no tráfico. No total, a movimentação de entorpecentes atribuída à organização chega a quase 285 quilos, incluindo maconha, cocaína, ecstasy e LSD.
Um dos pontos mais sensíveis da denúncia revela que a organização contava com o apoio de um policial civil em Ituiutaba. O agente é acusado de repassar informações sigilosas diretamente ao líder do grupo, o que prejudicou o andamento das apurações em diversos momentos.
Com o oferecimento da denúncia, o caso agora está nas mãos da Justiça. Caso os magistrados aceitem a peça acusatória, os investigados passarão à condição de réus e responderão à ação penal.
