80% dos brasileiros testaram novas marcas e formas de comprar


Com a pandemia da covid-19, “os comportamentos de compra mudaram de forma irreversível, com impactos amplos no mundo do comércio eletrônico”. A conclusão é do relatório Comércio Sem Fronteiras 2021, realizado pela carteira digital PayPal. Entre as mudanças de hábitos, os consumidores estão mais propensos a experimentar novas marcas e formas de comprar, migrando para opções digitais e multicanais, influenciados pela escassez de produtos, restrições orçamentárias e preocupações quanto às compras presenciais.

Segundo o estudo, 56% dos entrevistados declararam que estão comprando mais pela internet durante a pandemia. Nos 13 mercados pesquisados, 85% dos consumidores que fazem compras pela internet afirmam que gastarão o mesmo que antes ou mais. O novo comportamento foi visto, sobretudo, nos grandes países em desenvolvimento.

A pesquisa estima que o e-commerce mundial crescerá 14,3% este ano, liderado pela China e seus mais de 710 milhões de consumidores on-line. No ano passado, as vendas no varejo on-line saltaram de US$ 3,35 trilhões em 2019 para US$ 4,28 trilhões em 2020. O crescimento – equivalente ao faturamento do comércio eletrônico nos Estados Unidos (EUA) – se deve aos novos compradores que vieram para a internet: houve um aumento de quase 28% nas compras virtuais em 2020. Só nos EUA, o crescimento projetado para 10 anos aconteceu em apenas 90 dias.

Com o crescimento do volume de compras virtuais, naturalmente houve o aumento dos valores totais gastos e maior segurança (22%) para fazer compras no exterior, com destaque para Índia, Brasil e México. “Em média, os consumidores que fizeram compras internacionais pela internet gastaram mais do que aqueles que somente compraram no mercado doméstico, apesar das campanhas nacionais e do desejo de ajudar as pequenas empresas e comprar no comércio local, observado em vários países”, diz o estudo.

Ainda de acordo com o relatório, estão mais altas as expectativas dos consumidores quanto ao valor, praticidade, segurança e experiência de compra. Por outro lado, nos países ocidentais, tempo de entrega, frete e custos de devolução são barreiras às compras internacionais. Já em relação aos meios de pagamento favoritos em compras internacionais, os ocidentais preferem o PayPal e os cartões de crédito – ambos 31% –, sendo que a segurança é o principal motivador na hora de escolher o método de pagamento, seguido pela praticidade, velocidade de processamento e aceitação.

Brasil
O levantamento mostra que no maior mercado on-line da América Latina os consumidores estão buscando bons preços no exterior, estimulados pelas pressões econômicas. Mais da metade dos compradores apertaram os cintos (57%), focando em alimentos e produtos para o lar em 2020. No entanto, estão prontos para gastar mais no futuro: um terço dos consumidores se sente otimista quanto a 2021 e a maioria estima que as rotinas e as finanças voltarão ao normal no agora segundo semestre. Inclusive, no fim de 2020, os gastos supérfluos começaram a aumentar lentamente.

Confira mais informações sobre o consumo online no Brasil:

  • Celular: o smartphone reina no Brasil. Os consumidores online relatam que 78% dos pagamentos online são feitos neles. Em áreas rurais, os smartphones costumam ser o único dispositivo para acessar a internet. A taxa de crescimento anual composta do comércio móvel até 2023 deve ser de 17,8%, superando a expectativa de crescimento geral do comércio eletrônico de 9,3%.
  • Conexão: mais de 40% dos consumidores brasileiros online disseram que conexões instáveis à internet impediram uma compra.
  • Meios de pagamento: os métodos de pagamento mais comuns no comércio eletrônico são os cartões, parcelamento, boleto bancário e o PayPal. Nas compras internacionais, 29% dos brasileiros que compram pela internet descrevem o PayPal como uma “marca conhecida e confiável”, em comparação com os cartões de crédito (12%).
  • Novos hábitos de consumo: a grande maioria dos consumidores testaram novas marcas e novas formas de comprar (80%), com ênfase em experiências online e multicanal. Buscando bons preços, 38% dos brasileiros que fazem compras on-line também disseram estar mais dispostos a fazer compras internacionais agora do que antes da pandemia.
  • Oferte bons preços agora para vender produtos mais caros depois: a prioridade dos consumidores brasileiros ainda são as ofertas, enquanto as atividades normais e gastos supérfluos ainda não voltaram completamente. Agora é a hora de aproveitar o otimismo inerente do país em relação ao futuro. Ofereça bom custo-benefício agora e crie as conexões que permitirão que você venda itens mais caros no futuro.
  • Black Friday: Em 2020, as vendas da Black Friday no Brasil chegaram a R$ 4 bilhões – aproximadamente US$ 680 milhões –, crescendo mais de 25%. O evento pode, portanto, ajudar novos vendedores a entrar no amplo mercado brasileiro eletrônico, que segue em expansão. As principais categorias incluem produtos de beleza e saúde, moda e acessórios, decoração e eletrodomésticos, eletrônicos e entretenimento.
  • Redes sociais: 69% dos vendedores de comércio eletrônico no Brasil estão nas redes sociais, especialmente no Facebook. Portanto, ter perfil nas redes sociais é importantíssimo para quem quer vender no país.

Fonte: Varejo S.A./CNDL