Foto: Reprodução/TV Câmara
Solicitação para investigar fraudes em aposentadorias alcançou 185 assinaturas
Um requerimento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai apurar as fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) foi protocolado, na tarde desta quarta-feira (30), na Câmara dos Deputados, após alcançar 185 assinaturas — ultrapassando o número mínimo, que é de 171.
Em entrevista coletiva, os deputados da oposição defenderam que a CPI seja instalada o mais rápido possível.
“Nós temos convicção pelo que vi hoje na reunião do colégio de líderes que o presidente vai fazer todo empenho e esforço até porque um dos estados com mais numero de aposentados sendo roubados é a Paraíba do presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), então ele será o primeiro interessado em que se passe tudo a limpo”, disse o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante.
O autor da CPI, coronel Chrisóstomo (PL-AM), também pediu que o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, deixe o cargo.
“Não dá para a CPI investigar casos políticos com um ministro, dentro do ministério, com certeza, fazendo os seus acordos contra as investigações’, disse o deputado. O SBT tenta contato com o Ministério.
A instalação agora depende de decisão de Hugo Motta. Outros 12 pedidos de criação de CPI foram apresentados e estão na fila. De acordo com os parlamentares, o governo tinha ciência do esquema de 2023.
“A devolução do recurso eu já tratei com alguns parlamentares que têm interesse em fazer parte da comissão. Nós vamos a fundo nas investigações e um dos nossos objetivos principais é devolver o dinheiro a todos aqueles aposentados e pensionistas que foram roubados”, afirmou Chrisóstomo.
Caso o presidente da Câmara não paute a CPI, a oposição já colhe assinaturas para a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI).
“Estão sendo coletadas assinaturas para uma CPMI, liderada pela deputada coronel Fernanda (PL-MT) e senadora Damares Alves (Republicanos-PR), caso tenha algum tipo de problema regimental por atraso, nós queremos uma CPI já para resolver os problemas desses aposentados”, diz Sóstenes.
A Polícia Federal revelou descontos indevidos a aposentados, com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024, que resultou no afastamento de servidores e demissão do presidente do INSS Alessandro Stefanutto. Em resposta, o governo suspendeu acordos com entidades e criou um grupo para recuperar os valores desviados.
SBT News