Pai de Juliana Marins publica carta aberta em despedida emocionante: “A saudade é o pior castigo”


Jovem brasileira que caiu em penhasco durante trilha na Indonésia foi encontrada sem vida nesta terça-feira (24), após dias desaparecida

Manoel Marins, pai de Juliana Marins — a jovem brasileira de 26 anos que morreu após cair em uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia — publicou agora a pouco na noite desta terça-feira (24) uma carta aberta em seu perfil nas redes sociais. Em tom profundamente comovente, ele usou palavras fortes para expressar a dor da perda da filha, que permaneceu dias caída em um penhasco até ser localizada sem vida.

Com versos carregados de emoção, Manoel descreve o luto como uma saudade “pior do que o esquecimento”, e compara o sentimento a uma fisgada que insiste em permanecer. Em um dos trechos mais impactantes, ele escreve:

“A saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu”

A carta aberta é marcada por repetições poéticas e metáforas sensíveis sobre ausência, despedida e a dor de um pai. Ele encerra o texto com um “adeus”, deixando transparecer não só a tristeza, mas também o amor eterno por Juliana.

Veja a carta na íntegra publicada por Manoel Marins:

“Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus”