Corrupção passiva – Desembargador de MG é denunciado por colocar esposa e filho em cargos públicos


A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou à Justiça mineira o vice-presidente e corregedor do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais(TRE-MG) , Alexandre Victor de Carvalho, por suposta prática de corrupção passiva.

Ele é acusado de negociar com políticos e agentes públicos a nomeação da mulher e do filho em cargos públicos, em troca de apoiar a candidatura da advogada Alice Birchal para desembargadora na corte. O caso é investigado pela Polícia Federal na Operação Abside.

Escutas telefônicas autorizadas pela Polícia Federal mostram Alexandre propondo que a esposa, Andreza Campos Victor de Carvalho, e o filho, Guilherme Souza Victor de Carvalho, atuassem como funcionários públicos fantasmas, respectivamente, na Assembleia de Minas e na Câmara Municipal de Belo Horizonte. Os dois foram, de fato, nomeados.

Ele também sugere um esquema de “rachadinha” para dividir eventual salário a ser pago pelo erário à sogra. Nos telefonemas, o magistrado tranquiliza a mulher sobre possível fiscalização da jornada de trabalho: “Na Assembleia não tem problema, na Assembleia o Ministério Público não faz nada. Você vai lá duas, três vezes por semana”.
Carvalho foi eleito na segunda (13) para presidir o TRE, com posse prevista para junho.

A denúncia por corrupção passiva foi enviada ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) e correrá em sigilo, sob relatoria do ministro Herman Benjamin. O Ministério Público Federal destaca que o governo de Minas Gerais tinha interesse na indicação da advogada ao TJMG. Segundo o documento, o marido dela tinha ligações com o PT, partido do então governador do estado, Fernando Pimentel.