Sem honrar compromisso após suposto golpe, dono de empresa de turismo é conduzido


A Polícia Militar (PM) conduziu na noite de quinta-feira, 20, Marcos Antônio Silva, de 34 anos, dono de uma agência de turismo acusada de estelionato por mais de 20 clientes. Os policiais fizeram a abordagem no momento em que ele embarcava em um ônibus de excursão que saía para Cabo Frio-RJ com turistas que compraram um pacote de viagens na empresa de Marcos.

A solicitante, Ana Paula, tinha uma viagem comprada para a Argentina, prevista para a manhã de ontem. Como a viagem não aconteceu, Marcos teria prometido a devolução do dinheiro com crédito em conta bancária ainda pela manhã. Os pacotes com destino à Argentina variavam entre R$ 1,2 mil a R$ 1,4 mil. Como o valor não entrou, Ana Paula disse que monitorou o suspeito juntamente com Luiz Henrique, outro cliente lesado, e descobriu que Marcos embarcaria com passageiros para o Rio de Janeiro na noite de ontem, próximo ao Terminal Santa Luzia.

Questionado pela Polícia Militar (PM), Marcos alegou não ter conseguido cumprir o acordo com os clientes que iriam para a Argentina e que também não pôde devolver o valor recebido, o que só poderá ser feito em data futura. A viagem para Cabo Frio, segundo ele, seria de um contrato antigo.

Ana Paula e Luiz Henrique dizem não ter recebido impresso o contrato da viagem e Marcos alega não ter celebrado contrato algum com eles. Tanto Marcos Antonio quanto a Turismo a Bordo são citados em vários boletins de ocorrência policial por estelionato.

Na delegacia, pouco antes de o suspeito ser entregue ao delegado, outras duas vítimas, Lydianne Cristina e Dário Cardoso compareceram dizendo terem sido vítimas do mesmo suspeito. Eles compraram um pacote para Ilhéus-BA, por R$ 1.442.

Marcos afirmou ao delegado ter fechado a empresa Turismo a bordo no último dia 10 de abril e não tem fundos para ressarcir as vítimas.

A Turismo a Bordo já foi citada em reportagem do V9 Vitoriosa no dia 11 deste mês, quando um grupo que viajava para Porto Seguro-BA, teve a viagem cancelada. Na época a empresa atribuiu o cancelamento aos reflexos da crise política. No entanto, por meio de seu advogado, informou que irá devolver os valores a cada cliente que não teve o contrato cumprido.

De acordo com o advogado Adilson Roberto dos Santos, “a prisão do agente de viagem Marcos Antônio Silva foi ilegal, excessiva e descabida, pois não havia a presença de requisitos indispensáveis que configurassem o estado flagrancial (…) Foi manejado junto ao juiz de plantão forense o pedido de Relaxamento da Prisão, que culminou em decisão favorável, determinando que o Sr. Marcos fosse colocado imediatamente em liberdade.” 

Santos ainda afirma que “não se vislumbra qualquer hipótese da caracterização do crime de estelionato, mas sim de desacordo comercial entre a agência e seus clientes, considerando que a empresa está passando por grave crise financeira”.

 

“Esclarece-se por fim que, O Sr. Marcos Antônio encontra-se em liberdade e à disposição da justiça para colaborar com todas as investigações e para esclarecimentos que julgarem necessários.”

 

Repórter no local: Léo Carvalho