Senador Carlos Viana celebra avanços da missão nos EUA e defende isenção para o café


A missão oficial do Senado Federal aos Estados Unidos conquistou avanços importantes para a economia brasileira: o adiamento do tarifaço de 50% para o dia 6 de agosto e a retirada de diversos produtos da lista de taxação, incluindo itens estratégicos para Minas Gerais, como minério de ferro, aço, matérias-primas de alumínio, ferro-gusa, prata e ouro. As medidas aliviam a pressão sobre setores fundamentais da economia e abrem espaço para novas negociações bilaterais.

O senador Carlos Viana (Podemos-MG), um dos integrantes da comitiva, comemorou os resultados e destacou o impacto positivo para os produtores e trabalhadores mineiros. “Os trabalhadores da siderurgia e os mais de 80 mil empregados ligados à cadeia do ferro-gusa podem respirar mais aliviados com a retirada desses produtos da taxação”, afirmou.

Viana também revelou que espera que o café, um dos principais produtos de exportação de Minas Gerais, seja retirado da lista de taxação até a próxima quarta-feira. “O café ainda está na lista, mas a depender dos bons gestos do presidente Lula e da diplomacia brasileira, é possível conquistarmos também essa isenção”, avaliou. Minas é o maior produtor e exportador de café do Brasil, e o impacto da tarifa seria direto na geração de renda de milhares de produtores.

A missão teve início com uma reunião na Câmara Americana de Comércio, onde o clima era de preocupação global com o tarifaço. Viana propôs, naquele momento, o adiamento do início da cobrança, inicialmente previsto para 1º de agosto. A sugestão foi bem recebida e, dias depois, confirmada pelas autoridades americanas.

No Congresso dos EUA, a comitiva dialogou com senadores democratas e republicanos, e ouviu deles o reconhecimento de que não há lógica em penalizar o Brasil — um dos poucos países com os quais os EUA têm superávit comercial. Alguns parlamentares se comprometeram a subscrever um manifesto pelo adiamento da medida e pela reabertura das negociações.

Outro fator decisivo foi o apoio do setor privado americano, que vê no Brasil um parceiro estratégico para manter cadeias produtivas em funcionamento, especialmente nos setores de mineração e metalurgia. “São essas grandes corporações que têm força para influenciar o governo americano e manter o comércio fluindo”, destacou Viana.

Apesar dos avanços, o senador mineiro lamentou a reação tardia do governo brasileiro aos primeiros sinais da medida tarifária. “Faltou ação mais rápida. O Brasil precisa retomar o protagonismo nas negociações internacionais”, criticou. Viana também citou que as tensões geopolíticas, como a aproximação dos países dos BRICS e a proposta de desdolarização, podem ter contribuído para o endurecimento da postura americana.

No encerramento da missão, durante entrevista à imprensa, Carlos Viana reforçou que o grupo cumpriu seu objetivo principal. “Ganhamos tempo e evitamos prejuízos maiores. Agora é hora de o governo brasileiro agir com firmeza para garantir a retirada total dos produtos estratégicos, como o café, e preservar nossas exportações.”

A comitiva foi liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS) e contou ainda com a participação de Tereza Cristina (PP-MS), Jaques Wagner (PT-BA), Marcos Pontes (PL-SP), Rogério Carvalho (PT-SE), Fernando Farias (MDB-AL) e Esperidião Amin (PP-SC).