Vereador acusado por desvio de verbas se defende em plenário e diz ser vítima de perseguição e chantagem


Jamais eu faria uma coisa dessa. O que eu já doei nos meus oito anos à frente da associação é dez vezes mais do que esse valor que estão falando. Isso é um absurdo”, afirma vereador

Durante a 4ª sessão ordinária da Câmara Municipal desta quarta-feira (6), o vereador Edinho do Combate ao Câncer (PMB), investigado pelo Ministério Público por suposto desvio de recursos destinados ao combate ao câncer se pronunciou pela primeira vez sobre o caso. Em um discurso emocionado, o parlamentar negou qualquer irregularidade e afirmou que está sendo alvo de uma tentativa de destruição de sua imagem. Segundo ele, os autos do processo estão sob segredo de justiça e sua defesa ainda não teve acesso ao conteúdo completo das acusações.

Jamais eu faria uma coisa dessa. O que eu já doei nos meus oito anos à frente da associação é dez vezes mais do que esse valor que estão falando. Isso é um absurdo”, afirmou o vereador, visivelmente abalado.

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O parlamentar argumentou que a prestação de contas do projeto ainda está aberta e que, caso haja alguma inconsistência, ela será corrigida de forma legal. Ele também denunciou que está sendo chantageado desde o ano passado e que já registrou boletins de ocorrência sobre o caso.

Estou sendo chantageado. Tem provas, tem falas, tem tudo documentado. Eu tenho consciência limpa. Moro em bairro periférico, sou uma pessoa pobre e estão tentando me massacrar”, disse.

Ainda em sua fala, o vereador destacou que não teve acesso aos autos do processo, o que, segundo ele, dificulta a sua defesa. “Nem sabemos do que se trata exatamente. Existe só falácia. Fui surpreendido por um jornalista me ligando. A acusação está sendo feita sem provas, e nós vamos provar que somos inocentes”, declarou.

O parlamentar reforçou seu compromisso com as ações sociais e prometeu continuar com o trabalho em prol da população, especialmente nas campanhas de arrecadação de alimentos e no apoio aos pacientes com câncer.

Não vou abaixar a cabeça. Vou continuar meu trabalho, como sempre fiz nesses 32 anos. O que eu preciso agora é de oração. Estou firme, de cabeça erguida. Não devo nada para ninguém”, concluiu.

A Câmara disse que não irá se manifestar, a não ser se for citada pelo Ministério Público Estadual ou pela Justiça Eleitoral. Segundo o legislativo municipal, a denúncia não foi em relação ao mandato de vereador.

A denúncia contra o parlamentar está sendo conduzida pelo Ministério Público, que o acusa de envolvimento em um possível esquema de desvio de cerca de R$ 78 mil. O caso segue em investigação, sob segredo de justiça.